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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1223

1567. Carta de Francisco Dias Mendes para Nuno Dias, seu irmão.

SummaryO autor dá informação sobre negócios e queixa-se do comportamento de Heitor Mendes, seu filho.
Author(s) Francisco Dias Mendes
Addressee(s) Nuno Dias            
From Portugal, Trancoso
To Portugal, Lisboa
Context

As cartas PSCR1220 a PSCR1223 encontram-se no processo de Heitor Mendes, cristão-novo, banqueiro e mercador de ferro, acusado de judaísmo pela Inquisição em função das declarações de Beatriz Mendes, sua mãe. Esta, interrogada pelo Santo Ofício em dezembro de 1567, tinha denunciado o próprio filho. Em sua defesa, Heitor Mendes alegou que estava de relações cortadas com os pais já que a mãe o acusara de ter roubado um conto de réis quando se casara. A mãe teria mesmo convencido Francisco Dias Mendes, o marido e pai do réu, a escrever cartas a várias pessoas - em particular ao sobrinho Diogo Mendes Peixoto (PSCR1220), filho do licenciado Nuno Dias e primo de Heitor Mendes, e ao irmão Nuno Dias (PSCR 1222 e PSCR 1223), tio e sogro de Heitor Mendes - a queixar-se da atitude do filho. As cartas incluídas no processo foram apresentadas como prova da defesa para demonstrar a inimizade entre o réu e os pais e invalidar o testemunho de Beatriz Mendes. Heitor Mendes não chegou a ser preso e não foi provada a sua culpabilidade, pelo que abjurou na Mesa, de leve suspeito, em 1570. Cerca de trinta anos depois, Heitor Mendes foi de novo implicado em práticas de judaísmo mas, mais uma vez, nada se provou, sendo absolvido em 1602.

Support uma folha de papel dobrada, escrita nas três primeiras faces e com o sobrescrito na última.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 10377
Folios 69r-70v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2310539
Transcription Teresa Rebelo da Silva
Main Revision Rita Marquilhas
Contextualization Teresa Rebelo da Silva
Standardization Clara Pinto
Transcription date2016

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Ao mto magco snor o snor Ldo nuno Diaz ẽ lyxa etc o sor meu Irmão sor Irmão

p ãbrosio rroiz Ri hũa de vm q diz vynã as bullas de seu 9padre e lhas mãdou noso sor prmita nos aproveytarẽ pa se faz seu sãto serviço

qmto ao q vm diz da rẽda do sor martÿ lopez lobo eu lhe escrvi os dias pasados a ẽformacã della e como tẽ pouco este anno e outras cousas e agora lho esprvi p mel lopez e da Racã de pynhr9 se a tẽ a seu crguo ouvera ja de ser arẽdada e arẽde vm pq se a de dar pollo a go d afo sem delomgua q a teve o anno pasado q pdeu dro e lhe deu meu fo palavra de lha darẽ este anno polo tãnto como diguo se vm a tev

e quãto a de sãta olaja p me vm avisar q lhe escrvera o sor mrtï lopez lobo q fezese della como de cousa propya a xiiii deste mãdey la dos meu crado hũa crta e aprsẽtacã pa o terco do anno pasado a Recolher este e se ẽformar o moco do q pasa sey o q la fara minha molher e meu fo vyrã p hy e ya o vÿdido devese tomar p milhor todo o q ds ordenar seja pa se faz seu sãto sviço e ja q vm tẽ cõta o sor pror ele sabera o q lhe ptẽçer se pdera amïgo a ds querẽdo p q se Relevar yrey eu ds querẽdo pq no de bryto e byzcaia e foy ter o sãt esprto a midina e fernãdo esta aveso e p yso diguo q yrey eu quãdo ds querẽdo

a xiiii deste mes de Junho me derã hũa de vm p vya de vyseu sobre a rẽda de Ranhad9 q diz ser necesairo poer tercro pose maravilhome de vm me mãdar o arẽdamto pa se aprsẽtar lameguo a quẽ ptẽce dar juramto aos tercros pq sẽ elle se pode faz e querẽ v cousa notada do tam e cõtudo eu fiz loguo aprsẽtacã p minha mão nome de vm e como seu feytor e por e mãdey a feelype diz de ranhados pa ser tercro loguo no dia q me derã a crta pq se asertou nesta vyla e escrvi ao do sor bpo pa q o fizese avyar p ser cousa de vm e q lha dise depoy q lhe p hũa vya qqer sem dar juramto e falase ao sor bpo se necesario fose e se pode mais faz q niso a Inpuquicã de frco friz damzeda ate agora ãdou escõdido ja se lhe vay vertẽdo colera q escusa pag tẽ me lãcados muitos Rogadores q lhe faca quita diselhe q eu podia esmolar da fazda alhea e p alvro da seca ser no avelloso a dias se pode mais faz pede agora algũus dias d espera pa vẽder de sua fazda e lha vẽderẽ pgã qurya eu q fizese termo de penhora e prgoys corydos p escusar negocyos e p escrevalhe vm hũa crta ou capytolo d achaques pa lhe poder mostrar pq se queyxa e diz elle e os fos e parẽtes q ca lhe fiz a pda

da pymta ser vẽdida foy bõo vm ma fara me avysar quãto tomou a cõta della e quãdo se acabã os tres meses q se a de pagr e de vm aptar po pardo bẽ necesydade a hy diso pq segdo suas 9tas parece mto amiguo de seu proveyto e q a de carregr sua 9cyẽcya 9fesar mais do q dever nẽ meu fo seu sobrynho se a d agastar mto pq a deseja de o 9prazr a minha custa e de vm pa lhe vẽder bẽ sua mcadoria como fiz mais q o meu proveyto e eu o dise asy a vm la os dias pasados. e axo q tenho delle ẽtẽdido segdo se mostra do rol e apõtamtos q vm tera vto quisera estar minha casa ate q me leyxara nada eu o tenho p homẽ de bõa 9cyẽcya e desẽganado a minha omra e proveyto e dos Irmãos e Irmãs outro servico e desẽgano fïz eu svi mais do q casa de meu pay e mãy q ds tẽ e a meus Irmãos e ds o sabe e vm me tãbẽ deve ser lẽbrado e asy como o eu fiz eles me faz ds tãtas mces e esmolas sẽdo eu grãde pecador e tenho q nũca nhũm fez Injuria ou escãdalo ao pay e may q o pagase do q me a pesara a v elle ho pareceo segdo seus miricymtos ds lhe pdoe e eu e minha molher e fos estamos dele agravad9 e Injuriad9 q fui minha mão leixar de dar a vm parte deste trabalho e desabafar ele e lhe peco p mce me pdoee eu lhe escrvo e mïtiros e q se entẽde e conheca seu pecado e ds mos pdoe a todos os nosos e se quiser seu dano e la se avenha

mce me fara cobrar vm a minha pte do q me e devido do fo do sor graviel diz pois vm tẽ a escrtura e diz q mo tẽ paguo p a rezã q tenho ele

eu escrvo ao sor dio soarez aja p bẽ me pagr ïïiicLxbiii rs q me deve e p ele pagey como costa das 9tas da remda de lãgrouva e serã q diso tenho do q lhe mãdo o telado e vm ma fara aber prmro q lha mãde a cta pa saber o q pasa e a rezam q tenho pa av o meu e asy deve a 9panhya sete mil cto xxxix e nove q me ptẽce a e a vm e a symão gomez e seus gẽros p nos deverẽ Lïbiicb rs segdo se mostra p o trelado doutra snca q mãdo pq os propyos tenho eu meu poder e bẽ sabe vm o pagamto q faz Jacome rroiz de R 000 rs q Recebeo de yo farto da moxegata de modo q tenho gastado dobrado do q tenho avido mtas demãdas e p ter la estas sncas lhe faley niso parece q e Justo e Rezã cada hũm av o seu e asy lhe escrevo

qmto ao q o sor domïgo lopez de lyma escrveo ao Ldo aleixos d albuquerque q tomase conhecymto da pda da gegua eu lhe dey hũm Rol e apõtamtos do q pasa na vdade q soma a pda a Rta mil rs como vm pode ver polos mesmos apõtamt9 q esta q me fara mce ler aInda q lhe seja trabalho e ele aleyxos d albuquerque quis ir a gegua e diz q mãdou la hũm seu escravo e trouxe hũm Rol q fez a sua võtade de dobrar do do q ouve e quis ir tomar outra ẽformacã nẽ saber o q pasava e q dom dio lhe escrvera yso asy e polo v fora de rezã e Justa bradamos e alẽ da pda tenho paguo sete ou bïïï rs d ẽcarguos nov9 do capelã e outras cousas do modo q se cerrou a bamda dano de sua 9cyẽcya mce me fara v elle sor dom dio o Rol e apõtamtos do q pasa pa saber se quer faz de sy Rezã e senã poer me ey demãda ver pq me dizẽ q tenho Justa e se detminava de o faz bẽ pa q ja faz ãdar a gẽte trabalhos desnecesairos

de os a q vm me mãdou hũm cto de ïïï rs de mel da costa almda almda sobre o 9certo da demãda do de po de Ryo seqo do anno q ele foy tercro e jurou q o ẽtrgara a crystovã gomez d almda e depois provou 9tr sy q o dera ao cleriguo luis glz e vm agravou de me danarẽ na casa do cyvel e necesairo mãdar tyrar pcatoria pa ser este nesta cytado pa falar a causa p pasar de seys meses e ẽtã pode ser pagara

ds seja todos e nos de paz e saude pa fazmos seu sãto servico ẽcomẽdome vm e da snora ana guterez e da snra cna do vale e minha molher o mesmo ẽvyo a bẽcã de ds prmramte e a minha a meus sobrynhos e sobrynhas desta sua casa de trãcoso a xb de Junho de ïbclxbii

Irmão e svidor de vm frco diaz mẽdez

Legenda:

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