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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1333

1620. Carta de D. Catarina Faria de Alpoim para Rui Fernandes de Castanheda, seu marido.

SummaryA autora notifica o seu marido sobre o estado dos seus negócios e responde aos pedidos que ele lhe fizera numa outra carta.
Author(s) Catarina Faria de Alpoim
Addressee(s) Rui Fernandes de Castanheda            
From Portugal, Lisboa, Olivais
To Portugal, Caminha, prisão pública
Context

Esta carta encontra-se no processo de Rui Fernandes de Castanheda, meio cristão-novo, preso pela Inquisição por judaísmo em Maio de 1620. Rui Fernandes de Castanheda ia à Galiza, disfarçado de caminheiro, para cobrar uns precatórios quando, ao passar por Caminha, já de noite, foi a casa de um escrivão para os validar e este, achando-o suspeito, pensou que ele estava a tentar fugir do país. Assim, levou-o a casa do ouvidor que o interrogou, acabando Rui Fernandes de Castanheda por confessar que era meio cristão-novo, pelo que foi feito prisioneiro até que se averiguasse a verdade. Rui Fernandes de Castanheda fora, havia pouco tempo, acusado de judaísmo por familiares seus presos pela Inquisição, com quem estava em más relações, por isso, ao ser preso, quis fazer a sua confissão, na esperança de assim não ser castigado. O réu arranjou maneira, enquanto ainda estava em Caminha, de trocar correspondência com a sua esposa, D. Catarina Faria de Alpoim, usando como intermediária uma mulher que o servia no cárcere. Primeiro enviou-lhe uma carta, contando-lhe o que se passara, e com uma série de instruções (PSCR1331) sobre o que fazer para o ajudar, mandando-a cobrar dívidas, enviar-lhe roupa, e entregar uma carta ao seu advogado (PSCR1332) e uma petição aos inquisidores. Esta é a resposta que a mulher lhe enviou, dizendo que fez aquilo que ele lhe mandou, dando-lhe notícias, e incentivando-o a não desistir. A carta parece ter sido escrita ao longo de vários dias, havendo uma mudança de mão, não identificada, a meio das duas últimas páginas. Depois de Rui Fernandes de Castanheda ter sido levado para Lisboa, para os cárceres da Inquisição, a mulher que o servira em Caminha foi presa e confiscaram ao correio um maço de cartas em estavam incluídas a resposta à primeira missiva (PSCR1333) assim como outras cartas enviadas por D. Catarina Faria de Alpoim (PSCR1334 e PSCR1337) ao seu marido. Antes de partir e chegado a Lisboa, Rui Fernandes de Castanheda continuou a enviar cartas à mulher e a outras pessoas amigas (PSCR1335, PSCR1336 e PSCR1338), por intermédio de um familiar do Santo Ofício chamado António Gonçalves, que ele considerava seu amigo e que o fora buscar a Caminha, tentando obter ajuda, sem sucesso. O seu processo continuou durante vários anos e ele acabou por ser relaxado à justiça secular.

Support três folhas de papel escritas em ambas as faces
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 7589
Folios 41r-43v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2307670
Transcription Maria Teresa Oliveira
Main Revision Raïssa Gillier
Contextualization Maria Teresa Oliveira
Standardization Raïssa Gillier
Transcription date2016

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maria de souza sabel de souza esta perza joana coriia biris de souza guimar de souza esta perza outorto joana da vitoria a molher a filha nes fernande todas do forno fugiro i epero meu des tabem lhe eseiuiro a ca eila de joana de souza e ei mais de sento sinconta peoas dis que perisa todo mundo que não perisa e la fazi tudo cristãomente que des vos de gardar as casas do solis não fize ir nada ou dono da quinta me bota fora estou requirida por onze mil res ou dobrn veii na carta como queires que eu ezija tudo udo fari que me dizes na vosa mas eu estou mais morta que veviva

miguel não sair nẽ mariia nẽ joana mais que jeroma a a irmã que dizeme que moreu boua cristão tal estou que meto medo aintes por amor des que comas e não vos eon eousiam que com a vida seras ra tudo mas dominguos martis me fas mil perarias des me de paica pera sofer tantos trabalhos nua quinta sós

as siroulas perdeu a lavadeira pera queres camisas velhas se terdes dinheiro compai que aves mister e gardai bem que tudo tomo e a par não vos aguastes que des vos a de livra tudo fes des por milhor pode ser que vos não vise maiis asim vires pera vosa casas como vos dixers ou que sabis com virdes pera casas que barres os olhos a vosos inimiguos não vos deses mandei a carta a siman barboza mandou dizer que não tinha resposta mandei a ou rocha a carta não estava a ir era na alcatara fazer ha delizensiia mandou a molher chamar dominguos martis asim ma dixe lhe que aqueles neguosios ir muito bem tanbem ou semen mene dixeme que fazio muita degesiia a filha do lesido a marigue vas ou filho de outor memeze que for a castela a nese neguosiio não vos agastes por amor des que não sabes que vai de vos não aparisers não vos va uo camminho do ferno comei por amor des oulhai que ei de mister a vosa vida fui falar que tem os oito mil re não me deu nada que aviia de se alentar ou embarguo ou siziro não quer dar nada asim que tudo esta perdido

se vos trovere perzo pidir que vos traguo qurto por amor des não vos aguetes ponde os olhos no seu que nose sonor se a a de alebar de vos e de min de vosa onra milhor hera d estimar onrado que vos foi tan afontado quanto mais eu tenho tanto pecados vos fitos entra ele ainda que pecadores eu e vos a de se alembar de minha onra e vosa tende muito grandde orasam confiansasa em a virgemje do roziro e os fies des anto de souza me tem fito mil perarias me dita fora sem remido noso snor vos tragua sedo diente de meos olho pera quebar os olho a inmiguos não tenho mais que dizer que sam tantas as queixa que não ha per que mais que vos tragua diante de meos olhos ante que eu mora não vos quero dar mis desquosto oje quin sesta fira aminha vo pa sidade ver se acho onze mil re pera dar anto dde soza o que me dizes na vosa carta tudo fari como tanto muai desta triste molher sem vintura persigida da furtuna en todas saibem pera tudo se foi dds por vos

vo enpinha todo meos vitidos pera dar ou dinheiro anto souza o consimento que tinhes me casas do iscrivam das ordes do pestana não quere arecadar os mil res que vos tirou anto de souza dis que eses an ser os primeeiro loguo confesai pera virdes pera vosa casa não tenhas de ver con niguem emforquese todo mundo que tudo sam mis quator dias de vida um ora de salvasam he que fas de conta videvos pera vosa casa que sejas mis onrado que vosa molher asis vos quer muito eu estive em casa de anrique vas quando perdeiro e sai ente a min me perdenro chegei a dizer mil mitiras por me livar deses vilam rimemta dizio em vertades molher que merisiia quemada tomamo rosto puuxe por ele

qto o conhecimto dos sinco mil reis dis diogo mendes que os não ha de dar e mais que folgara elle se achar a vm pera o fazer prender porq tem querelado de vm por induzir testas falcas e que pera os dar q se lhe a de fazer quitação nos autos asinada por vm

fis piticão pera passarẽ precatorio pera se desembargarem as cazas de pero de sa de menezes pera se me entregar aquelle dinheiro andam com tantas informacois q não ha cabar com isso ainda agora mandão q jeronimo d acha q informasse das contas antre vm e fernão lopes lopes e o q elle deve a fazde de sua magestade o que se não pode acabar ainda q o mendes de torres novas anda nisto q se me offereceo por amor de vm q he seu amigo qto as favas que deixou tudo se sumio como se foi e se furtarão porq este homẽ não nas quis guardar eu trabalharei por aviar o q na sua me manda dizer tenha coracão e faca o emposivel por vir pera sua caza que aquillo que vm sabe vai mto avante e querera ds que seja tudo pera seu servico e nos fazeremos o que nos elle manda em seus mandamtos

E não deixou procuracão não se fas nada por isso nem o seu criado não fes nada e eu deiteio fora por isso e se for posivel fazer procuração e mandala pera se fazer algũa couza q ate gora não se fes nada por falta della nem se a de fazer Anrrique mendes tornou a levar os penhores pera sua caza e por isso trabalhe vm por vir pera sua caza porq tudo esta perdido e a quinta esta perdida q dos miz logo em acabando os quinze dias logo quer a dro qto he o vestido não no quer ahi o tenho querera nosso snor que o venha ronper com saude q lhe ds dee e tambem ouve mto poucas favas que nem hum aratel de favas vendi este anno porq ouve qua co frio e todas se perderão e a fruita he tambem ha pouco vinho e al fundão tambem lhe faltou agoa e não esta tambem como ouvera de estar se lhe chovera a tempo e so as oliveiras mostram bem e a tantos lancadores q lancão na quinta q não tem conto e anto de sousa quer ma tirar por amor disso Anto de bessa esta escomungado e perto de participantes e todo o seu esta tomada e não no querem por fiador e pedem q dem a fianca hũa morada de cazas veja se quer q lhas dem e quaes am de ser e de tudo me avize porq não sei o que sera e veja se quer q lhe dem as da calcetaria se as deixarem e querera ds que tudo se escuzem q venha elle pa sua caza que assi o a ds pormetir que querera des que se aqueete estas mas lingoas e se fartem estes lobos o mandado em q me mandarão noteficar q desse fianca a renda da quinta e se não que a despezasse he do cor po fialho e veja se tem la o escrito dos nove mil res porq o não acho qua e o cto de des mil reis não o querem levar en conta ainda otem o escrivão qua me mandou penhorar dona izabel da silva nas duas sellas e não tiverão de ver com os precatorios que sem embarguo delles fizerão a penhora e as levarão sem quererem ter dever com nada

oito somananas ha que esta esta molher padisendo tastos trabalhos e tantas novas dizer que estais perzo fizero na verdadiras meos pecados dar o guoso a meos inimigguos quanto os que me escrivises di farsiico cortri diai de ramos tive mitas pabavars co ele aserqua de vos porque me dixe que hera puta quem cazava co jodes eu dilhei dilhexe que tinhes por vosa avol tinha ele por parte da moira de susa avol jorou que me aviia de dar com virdo de tinhinha no rosto mas eu bem no tenho resonrado de bedo por todos os dos olivas desta tera dis que minha tiia lhe dixe que todas estava perzas e a que quimaro vosa tia e asim lhe contou tudo ma velha que ja estava vinguada de vosos trabalhos meos ojois de sabina huis d ofiseo fi barguar os alugueres das casas a riquirenmanto da velha ma que des lhe di o castiguo do seu oulhei que vos peso por amor des que fasas muito por não fiquardes nesas casas que eu di noite diia ou pesos a des não como mẽ doumu nẽ aqueto nẽ nele vedes desta vida ate eu os ver de meos o olhos tristes mofinos sen virtde a desgrasiado home que no nuca teve na vida quititasam nas aquela mufiname pera ter tantos trabalhos q tirana que tantos vos tirava ou cornsam bem dinhiro lhe levaro dar ca a miguel soares mitas pesas oro gangartilha de jeroma que tinha de seto mil res e bricos de orilhas tirana que tanto vo tiravo o corasas comiio muto bem e levavo ou diabo lhe meteu na cabisa irse pera fora ja esta comsace a jeroma mandado mil erstas


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