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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1342

1618. Rascunho de carta de Duarte Rodrigues para a sua tia, Joana de Sousa.

ResumenO autor convida a sua tia, Joana de Sousa, a ir viver com ele e com a sua mãe para Sevilha, acompanhada das suas filhas e genro.
Autor(es) Duarte Rodrigues
Destinatario(s) Joana de Sousa            
Desde Espanha, Sevilha
Para Portugal, Lisboa
Contexto

A ré deste processo é Joana de Sousa, cristã-velha presa a 8 de dezembro de 1618 por judaísmo. Miguel de Sousa Santiago, casado com uma sobrinha de Joana de Sousa, Joana de Vitória, assistiu, numa noite em que se encontrava na casa da ré, a uma conversa entre as primas da sua mulher que o fez suspeitar que estas eram judias. No dia seguinte, quando foi falar sobre o que ouvira com o sogro, João de Vitória, com quem não estava em bons termos por não lhe ter pago o dote, este disse-lhe que não contasse nada à Inquisição, pois, se o fizesse, seriam todos perseguidos. No entanto, Miguel de Sousa Santiago foi convencido pelos seus confessores a acusar a família, o que ocorreu em 1616. Em Novembro de 1618, Miguel de Sousa Santiago avisou a Inquisição de que Joana de Sousa ia fugir para Sevilha, onde tinha família, e daí para fora do reino, acompanhada das suas filhas, Jerónima e Maria de Sousa, e do seu genro e sobrinho, Miguel Soares, casado com a última. A viagem estava toda a ser preparada, tendo Miguel Soares vendido casas e roupas para angariar dinheiro, e eles contavam com a ajuda do irmão e da cunhada de Joana de Sousa, João de Vitória e Filipa Ribeiro. No entanto, não pretendiam ir para Sevilha, mas apenas usar essa deslocação como desculpa para fugirem do Reino. Para esconderem o facto de que iam fugir, um sobrinho de Joana de Sousa (não se sabe qual pois a carta não está assinada e ela tinha pelo menos dois, Miguel Soares e Matias de Vitória) escreveu a um familiar seu, Duarte Rodrigues, pedindo que enviasse a Joana de Sousa uma carta a convidá-la a visitá-lo em Sevilha que devia servir como prova de que eles não estavam a fugir, caso fossem apanhados por algum espião (PSCR1341). Juntamente com essa carta, enviou o texto que Duarte Rodrigues devia escrever (PSCR1342). A mãe de Miguel Soares, irmã de Joana de Sousa, também deveria partir mais tarde, com a sua outra filha, chamada, igualmente, Joana de Sousa. A denúncia de Miguel de Sousa Santiago resultou na prisão, em inícios de dezembro, de Jerónima e Joana de Sousa, e de Maria e Joana de Sousa, irmã e sobrinha da ré. Estes dois rascunhos foram encontrados aquando da sua prisão. Maria de Sousa, filha da ré, e Miguel Soares só foram presos em dezembro do ano seguinte, pois fugiram para Itália. Miguel de Sousa Santiago, Joana de Vitória, João de Vitória (PSCR1339) e Filipa Ribeiro também foram presos, em 1620, assim como Rui Fernandes de Castanheda (PSCR1331-1339), filho da ré, que estava em maus termos com a restante família, assim como vários outros primos de Joana de Sousa.

Tem acrescentado no topo "A 10 de Dezembro deu Manuel Fernandes familiar estas cartas em mesa que as achou quando prendeu a Joana de Sousa e sua filha" e ao pé da 15ª linha "Joana de Sousa com filhas e genro se vão fora do Reino".

Soporte uma folha de papel escrita numa das faces.
Archivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fondo Inquisição de Lisboa
Referencia archivística Processo 2743
Folios 29r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2302674
Transcripción Maria Teresa Oliveira
Contextualización Maria Teresa Oliveira
Normalización Clara Pinto
Fecha de transcipción2016

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treslado da carta q o sõr duarte roiz a de escrever a joana de sousa sua tia

he tão grãode a descõsolasão q minha mai tẽ nesta tera de se ver tão e auzente de seus parentes en tera estranha e jũtamte o q sabe que vm e suas filhas nosas primas padesẽ nesa tera e os maos irmãos e parentes que tem e o pouco ajutorio com q a remedeão q me obrigou a fazer esta a vm e sobre lhe dar novas da saude de minha mai q he ser mui enferma lhe quis pedir se queria vir a esta tera suas filhas porque nella lhe não faltara nada nẽ padesera as extremas nesesidades q padese porque como he tera larga e ten emtrada de frotas e porto de mar ha mta concorensia de gente e a si por sua custura e eu por a minha parte lhe não faltara remedio de des abaixoe milhor o tera qua seu genro migel soares q nao faltara hũa renda ou ofisio en q se ocupe de que podera tirar mais proveito do q ate gora tem tirado nesa sidade onde sempre andou persegido mormte com as fiancas q tem feito das quais esta ariscado a o prenderẽ e poder morer no limueiro pello que ja que vm tem tanto entendimto e esta liberdade e tem esta sua caza e la tão pouco remedio e en que por olhos lhe peco q não ponha en pouco e se venha e ja querera ds q mudando a tera mude a ventura e tenha os bẽs q lhe eu e minha mai decejamos e por esperar seja vm a portadora da reposta desta não serei mais largo n s etta


Leyenda:

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