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Maarten Janssen, 2014-

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1825. Cópia de carta de João de Araújo Guimarães, negociante, para João Ribeiro da Cunha e Oliveira, negociante.

SummaryAraújo Guimarães, amargurado, informa Cunha e Oliveira acerca do estado dos seus negócios.
Author(s) João de Araújo Guimarães
Addressee(s) João Ribeiro da Cunha e Oliveira            
From Inglaterra, Londres
To Portugal, Lisboa
Context

O processo contém muitas letras falsas do Banco de Lisboa. A viúva de um negociante moveu um processo contra o seu caixeiro, João Ribeiro da Cunha e Oliveira, a quem a suplicante tinha encarregado do giro comercial e da sua casa, de tal modo que nenhuma transação era feita sem o seu conselho. O réu teria roubado à suplicante cerca de 40 contos de réis, embora ela estivesse desconfiada de que o furto excedia os 50 contos de réis. O réu negociaria letras falsas em nome da suplicante e fingiria letras de câmbio em nome de diversos negociantes, tanto de Lisboa como estrangeiros. O caixeiro foi solto por falta de provas, mas a viúva recorreu ao Juízo Privativo das Falsidades e apelou para que fossem punidos o réu e demais pessoas envolvidas. Consta do processo que a viúva e o genro, Cristóvão Pinto Barreiros, seriam "capitais inimigos" do caixeiro João Ribeiro da Cunha e Oliveira: uma história que ambos contaram a respeito das letras de João António de Almeida com o Banco de Lisboa foi desmentida pelo próprio banco num ofício enviado ao desembargador.

Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra J, Maço 243, Número 5, Caixa 633, Caderno [21], Apenso 20-X
Folios 23r-v
Transcription Leonor Tavares
Main Revision Rita Marquilhas
Contextualization Leonor Tavares
Transcription date2007

Page 23r > 23v

[1]

Londres dés de Maio

[2]
mil oitocentos vinte e cinco
[3]
Amigo e Senhor
[4]
Não tive por este Paquete noticias suas, dezeja-
[5]
rei não seja por falta de saude; estimarei que
[6]
esteja entregue o meu amigo das vinte e seis Letras:
[7]
a encomenda do meu amigo tem-me dado bas-
[8]
tante encomodo, e cautella que Deos o sabe ja
[9]
couza muito corriqueira e bem conhecida, foi
[10]
bom o ter amizade com este sugeito, porem he
[11]
fino como hum Coral, eu estou assistindo com
[12]
elle, porem o preço cheira a esturro e o amigo
[13]
dessa alargou-se bastante nas Ordens pois os se-
[14]
lins he o que tem dado mais trabalho, pedia o
[15]
sugeito doze- E dois mais hum para a esquer-
[16]
da, e outro para o meio, que fazião deseseis pois
[17]
enganou-se são desoito, porque dois não tem
[18]
valor tem-se sido precizo cortar dois para se
[19]
ver milhor o debucho, e a despeza he grande por
[20]
via da Cautella. Remeto a Conta a quanto im-
[21]
porta que Deos queira o Senhor Aguirrosalarte
[22]
não me falte amanhaã saude eu dar £ oiten-
[23]
ta ao Homem eu espero no dia trinta e hum
[24]
do corrente sahir daqui para essa Deos permi-
[25]
ta, que eu seja feliz pois espero de não me
[26]
meter mais com semelhantes corresponden-
[27]
cias pois me tira o socego e cuidado: a mai-
[28]
or Consolação que tenho he o dar com hum
[29]
homem muito de bem, porem sempre são
[30]
Inglezes, he verdade que o dinheiro faz tudo,
[31]
que he o que elles lhe importão; eu tenho-me
[32]
feito ignorante para com elle; pois assim
[33]
mesmo elle não he tão tollo; a minha familia
[34]
desejarei que tenha sido soccorrida nas vespe-
[35]
ras da minha partida avizarei e estimarei

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