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Maarten Janssen, 2014-

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1760. Carta não autógrafa de Rosa Maria Egipcíaca, escrava forra, para Pedro Rodrigues Arvelos, lavrador, e sua mulher, Maria Teresa de Jesus.

Author(s)

Rosa Maria Egipcíaca      

Addressee(s)

Pedro Rodrigues Arvelos                        

Summary

Rosa Maria Egipcíaca escreve a Pedro Rodrigues Arvelos e à mulher, Maria Teresa, a falar-lhes de assuntos devotos e religiosos. Refere um parto recente de Maria Teresa e o facto de o recém-nascido ser seu afilhado. Dá conselhos sobre como os destinatários devem castigar uma escrava (mas ao mesmo tempo tenta defendê-la). Desaconselha a proximidade entre as filhas dos destinatários e as escravas, contando a propósito uma anedota edificante sobre a virgindade. Refere uma causa jurídica em que está envovido o destinatário e fala dos homens da Justiça como "cegos e sem luzes da Razão". Ensina uma oração a São Francisco de Paula para protecção nessa causa. Dá notícias das filhas dos destinatários que estão no Recolhimento, sendo que uma tem "uma dureza na barriga".
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[1]
estes avizos e lisoins faso a vmces da parte de meu sor q he zelo de bem e ele
[2]
mesmo me alumeia pa q lho diga; a sua demanda Ds premita q saia
[3]
Como vmces querem e eu o dezejo Com suma ansia pa vmces mais sosegados
[4]
e livres desas emtalasoins sem Rezão mas meu fo o qi ha de obrar; hu
[5]
ma justisa e hũns homens segos e sem luzes da Rezão pa asertarem no
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bem pa obrarem e no mMal pa fugirem eu Ca, tenho emtregado a sua de
[7]
manda os meus santisimos Corasoins Corasoins e o menino Jezus da prinsicu
[8]
la q he o solisitador das nosas Cauzas ele se meta no meio junto Como
[9]
seu; servo são franco de paula a quem fis hũa novena por cauza da sua demã
[10]
da e eu mando a vmce hũa coroa de mto agrado do santo q nos deu por pren
[11]
da na sua novena Consta de sinCo Padre nosos e seis misterios em me
[12]
moria dos 6 annos q ele esteve no dezerto no prinsipio sipo não tem pa
[13]
dre, noso diga logo Deus In adgitorio meu entendo e o gloria Patri e Come
[14]
se logo as jaculatorias dizendo bem aventurado franco de paula abraza
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do sarafim Rogai a Jezus e maria por mim isto he em lugar das Ave ma
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rias e chegando as des jaculatorias diga o Gl P e Reze o padre noso e des
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ta sorte fia a coroa Com sinco Pe nosos e sesenta jaculatorias e no fim
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tem salve Raynha espesialmente nas sestas feiras afervore mais es
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ta devosão pedindolhe pela Constancia e fortaleza Com q Rezestio no de
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zerto as batalhas e astucias do infernal Inimigo q lhe dei fortaleza e Constansia pa
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ra; Rezestir os trabalhos e contradisoins dos Inimigos desta vida hu
[22]
mana e Comfirmidade Com a vontade de Deos e fasalhe; a sua Trezena
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se o portador não for depresa hei de mandar ver se ha o livro dela pa
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lhe mandar mas se for depresa hira pa outra oCazião; Ma comadre se
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ja pelo amor de Ds, a esmola q me mandou asme q he pa Adigitoria de
[26]
fazer Rozario a santisima Trindade; as meninas vão andando
[27]
Comforme Ds, as ajuda , a mais piquena anda tomando huas ajudas por cau
[28]
za de hũa dureza q tem na bariga elas tãobem esCrevem a vmces e o meu
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Pe tãobem escreve e aDs Com isto não sou mais estensa aseitem vmces mtas
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lembransas mas e de todas as mas filhas hoje

[31]
17 de abril de 1760
[32]
De vmces Comadre
[33]
Mai q mto os venerão
[34]
Roza Maria Egysiaca da vera Crus

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Meu filho q feito he do Snor Pe João ferreira q me não fala nele nem dele tenho noticias ja
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morreria o afilhado de qm nos heramos Compadres pois delhe vmce taobem esa coroa de são frco de paula ma
[37]
Mai se Recomenda a vmces mto saudoza ela tem estado de cama bem doente e ainda esta
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Ds Gde a vmces ms annos

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