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Maarten Janssen, 2014-

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1642. Carta de Cristóvão Leitão de Abreu, ouvidor-geral, para [António de Faria Machado], conselheiro do Vice-Rei da Índia.

Author(s)

Cristóvão Leitão de Abreu      

Addressee(s)

António de Faria Machado                        

Summary

O autor pede ao destinatário que tenha em atenção a possibilidade de lhe ser feita uma emboscada para o matarem.
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[1]
Culparão em Ceilão q se tem por cousa avriguada e sabida
[2]
mas como o Bpo pos excomunhão q ninguem de qualquer
[3]
calidade me escrevese nem mandasse recado nem o recebese
[4]
parou tudo so se teve cudado de mandar ver todos os dias
[5]
duas veses os machos. Requeri q me mandasem em Navio
[6]
Chatim pello mesmo caso ordenou Miguel freire q fosse d armada pa ir misturando com soldadesca e queira Ds não me
[7]
metão com Luis de macedo pedi dro pa hum mes de Viagem
[8]
pa mandar faser matalotagem não me quis dar miguel frei
[9]
re mais q desoito xes pa ella e de mto ma vontade como se dera
[10]
do seu não me quis deferir a mudarme os machos em outros mais
[11]
humanos nẽ a me dar mais dro porq dis q assi lho ordenarão Vms
[12]
disemme q me querem embarcar com toda a matinada e publi
[13]
sidade
[14]
e q pa isto tem dado recado ao ouvidor torto q me de
[15]
guarda com todas as justicas eclesiasticas e seculares e ainda
[16]
gente de gerra Ds seja com tudo Louvado não vi nunca este estilo
[17]
sera mto visto
[18]
[19]
O Bpo vai a essa Cidade e desem q o obrigua a ir o Pe frei frco pa
[20]
acreditar e abonar e justificar minha prisão torno a deser
[21]
q seja Ds com tudo Louvado tudo merecem os q são tolos
[22]
q querem faser justica na India mas confio em Jeso christo
[23]
nosso snor e na virgem Ma sua santissima mai q nesse tribunal
[24]
não hão de valer respeitos humanos mais q a justica essa quero
[25]
andão tirando certidois das palavras q aqui diguo parece
[26]
q não achão mto fundo nas mais falsidades.
[27]
[28]
Snor o principal intento pa que faco estas regras he pa
[29]
diser a vm que temo mto e com mtos fundamtos mataremme
[30]
na Viagem deitaremme no mar estando durmindo ou
[31]
daremme peconha em ambas as cousas vou bem advertido
[32]
e requeiro a Vms da Pe de Justica divina q se eu morrer na
[33]
Viagem facão as deligensias nesesarias para saber a causa
[34]
de minha morte porq foi tão mofino q não pude nunca
[35]
sair do poder de meus inimigos, e não lhe pareca a vm que
[36]
he isto demasiado receo nẽ mal fundado temor q tenho mtas
[37]
resois pa isso q La direi levando me Ds tudo o q tenho escrito
[38]
a vm sei q lhe forão dados tudo o q diguo de minha inocẽsia
[39]
he mta verdade posto q me não Lembro de tudo q confeso estou
[40]
perturbado do entendimto q foi grande e não esperava nem
[41]
imaginava esta queda Ds gde a vm

Cochim 20 de 10bro
[42]
642
[43]
Dtor Christovão Ltam de abreu injustamte desgracado
[44]
mais q todos os vivẽtes

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