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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1825. Carta de José António Ferreira da Cruz Piló, guarda-roupa, para Manuel da Costa.

ResumoO autor escreve a um conhecido seu, a quem mandou dinheiro furtado, dando-lhe instruções sobre o que fazer com esse dinheiro.
Autor(es) José António Ferreira da Cruz Piló
Destinatário(s) Manuel da Costa            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Viseu
Contexto

O preso, José António Ferreira da Cruz Piló, é acusado de ter roubado uma soma avultada de dinheiro do quarto do desembargador José Pedro Quintela, de quem era criado, sendo que, por ser guarda-roupa, era o único empregado que tinha acesso à divisão. O réu envia um conto de réis a Manuel da Costa, de Castendo, assistente em Gondomar, para comprar fazendas e propriedades em seu nome. Manuel da Costa, desconfiando de tal soma na posse do réu, um criado, escreve a José Pedro Quintela, que tenta resolver o caso a bem, fora da justiça, para poupar o criado de trabalhos. No entanto, depois de ver frustradas as suas tentativas nesse sentido, vê-se obrigado a apresentar queixa. O réu é preso na Cadeia de Castendo. É destas tentativas do desembargador, das respostas do réu e das suas combinações com Manuel da Costa que tratam as cartas.Numa carta de resposta a um ofício, o desembargador José Pedro Quintela afirma que não lhe tinha sido devolvida qualquer quantia e reitera a sua convicção sobre a culpa de José Piló, escrevendo que "Pela carta junta que recebi ao tempo da sua prisão se faz evidente que confessava a sua culpa, bem como não se pode duvidar que existem 1.000{#//note[@subcat="context"]}0 réis em poder de Manuel da Costa, que reclamei logo, limitando a minha pretensão a esta soma, por considerar o resto já gasto, ou mal parado". O processo contém passaporte falso do preso.

Suporte meia folha de papel não dobrada.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 228, Número 20, Caixa 599, Caderno [2]
Fólios 17r
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 17r

[1]
Snr Mel da Costa

Meu par Ao e pr do meu maior respeito dezo a ssua sa

[2]
ude e felicidades e toda a ssua fa Snr Eu lhe reme-
[3]
to huma Carta em q dezia se comprasse o Soito, com
[4]
pre tudo em meu nome, nao tenha Susto de cou-
[5]
za alguma prq eu tambem o nao tenho; logo q
[6]
as Escripturas estejao prontas as mandará logo a
[7]
minha May, e mande-me dizer a qm hei de man-
[8]
dar os duzentos e cincoenta e tantos mil rE e as di-
[9]
tas fazendas ja esta o dinheiro, e ainda não
[10]
sei se estão compradas ou não ou estejão ou-
[11]
não mandame logo dizer, pois se estiverem as-
[12]
Escripturas pr fazer, ponha nas Escripturas q o di-
[13]
nheiro está em seu poder des 1822 assim he q he
[14]
e eu o quero q asim se faça, pois ahi tem cori-
[15]
do q eu estava prezo. grande mintira, eu
[16]
não vou pa cima prq tenho aqui a cobrar
[17]
algum vintem q me devem, e quero aperfeiçoarme
[18]
no Collegio a Escrever. Snr verdade q eu
[19]
sahi de Caza do Patrao aonde eu estava e elle me
[20]
tem dito q torne pa sua Caza, e eu q não
[21]
quero, pois eu tenho ido algumas vezes a caza de
[22]
lle, e não me fala em prizão como pr se dis; sem
[23]
pre he precizo aver mtos dezanvorgados nessas terras,
[24]
escrevame pa a çalçada do Lavra No 11 1o an-
[25]
dar, defronte do largo da Anunciada a vista disto
[26]
não tenho mais q lhe dizer.

[27]
Sou seu Ao e Vor e Cro
[28]
Joze Antonio Ferra da Cruz Pillo
[29]
Lxa 3 de Janro
[30]
1826
[31]

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