PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Facsimile Lines

1584. Carta de Jorge Moreira, capelão, para os inquisidores de Coimbra.

Author(s) Jorge Moreira      
Addressee(s) Anónimo541      
In English

Confession letter from Jorge Moreira, an ecclesiastical prior, to the Inquisitors of Coimbra.

The author admits the practice of sodomy with two servants of him. He also confesses that he has raised a natural son in his house.

Jorge Moreira, a ecclesiastical doctor and prior, presented himself to the Inquisition and confessed having been a sodomite with his servants on a distant past,13 years before, for a period of more than 8 years. In fact, he had problems in justice with them because of a debt, so apparently he feared that they would denounce him anyway. He was found guilty and given a light penitence, but he would have to live apart from his current servant. He told the Inquisition that he was his natural son, but the suspicion that they were both sodomites made the Inquisitors give him this sentence.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Page 10 r > 10 v

[1]
Mto illustres snores inqsidores

Disse eu contra mỹ, nemine nihiloq cogente, nessa santa mesa, o q na vdade minha

[2]
memoria me representou, in delictis juventutis, E de mais cõplices dissera, E denun-
[3]
ciara, se me mais lẽbrara, mas dos dous q nomeei, me lẽbra q o frco yo, me pareçe q nunqua
[4]
ao menos por meu vaso, o quis dandolhe eu copia, nẽ q eu no seu entrasse, ao menos, de-
[5]
pois q nẽ mais foe entendendo, E sẽpre mto de mente se chegou a isso, o q por vdade
[6]
assi declaro inda q nos fallamos, E trazemos demandas ante o cor, pante quẽ o çitei
[7]
pa contas e ultimas vbas de meu testo q ando, E elle ay me reconviu, E depois de
[8]
haver de mỹ mais de dozentos mil rs afora o offo me é ingratissimo, E envejoso doutros,
[9]
mas o Anto anriquez q góra sempre a esta casa veo a comer E beber, e tẽ
[10]
comigo demanda: denunçio, E se posso, acuso quo mto reu q dito tenho, E quo de
[11]
um judas, E de um ante xo sẽ conçia, tanta deffrca vae deste a essoutro e mor, q do
[12]
inferno ao firmamẽto,
[13]
Quanto a mỹ: hómẽ, q sýnçeramte me ay cofessei, E denunçiei, vir Estar preso,
[14]
me maravilho, E mto arrependo ter antes fta essa denunçiação o secular,
[15]
onde os q denunçiã, ou cõpliçes descobrẽ, liberrimo pdão E ainda outras gajas,
[16]
E mais q dezenove anos me chamando sẽprer per aquy derrador avro pa seus
[17]
sermões E festas todas, sto hora tãbẽ d avro ẽprazado pa dia de nossa sna do Ô,
[18]
E pa dia de Thomé, E na 4a fra q no mo fica, pa as exequias de ge moniz da
[19]
Syllua ay e Santo anto, vizinho E amiçissimo q foe meu, E hirmão na confraria
[20]
dos clerigos de po e Segadaes, os quaes se juntã todos a dita 4a fra, onde cuido q
[21]
me deitarão a missa do pontifical, cantda, E farão prégar ainda esse dia, ca tantas
[22]
fras per qua representa homẽ ás vezes, E se tãbẽ me for neçessario ir a essa
[23]
çidade sei se estas cousas os longes,
[24]
tãbẽ me ficou ao proposito por lẽbrar nessa mesa, um grandissimo segredo
[25]
açerca de um natural fo meu, q no ano de 58, houve yana lopez casada ẽtã,
[26]
q casa de seu pae meu onde me eu mety chegando da corte, morava E ser-
[27]
via seu mdo rodrigu eanes, o qual fo mandei eu 18 ãnos trazer pa esta
[28]
egreja, de idade hia sete anos, E o criei ao cabo de minha mesa pee comendo,

Text viewWordcloudFacsimile viewPageflow viewSentence view