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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1790]. Carta de Francisco José de Almeida, médico, para para Dom João de Almeida de Melo e Castro, diplomata.

ResumoO autor queixa-se do mau comportamento de um oficial.
Autor(es) Francisco José de Almeida
Destinatário(s) João de Almeida de Melo e Castro            
De S.l.
Para S.l.
Contexto

João de Almeida de Melo e Castro (1756-1814), o 5º Conde das Galveias, foi um dos diplomatas portugueses que, dada a natureza pluricontinental da monarquia, tinham de usar de toda a habilidade para gerir a “ambiguidade” resultante junto dos governos das potências que se relacionavam com o gabinete português. Este membro da Casa Galveias (fundada no século XVII por Dinis de Melo e Castro) foi ministro de Portugal em Londres, no que sucedeu a Cipriano Ribeiro Freire, e também em Haia e Roma. Foi embaixador em Viena de Áustria e, em 1801, ministro dos Negócios Estrangeiros, cargo do qual foi demitido em 1803. Em 1812 foi para o Rio de Janeiro, tendo sido ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, e, interinamente, da Marinha e Ultramar. Foi oficial-mor da Casa Real, couteiro-mor da Casa de Bragança, conselheiro de Estado, membro do Conselho da Fazenda, presidente da Junta da Fazenda dos Arsenais do Exército, comendador de São Pedro de Alhadas, da Ordem de Cristo. Casou com D. Isabel José de Meneses, mas deste casamento não houve geração. Em consequência disso, o 6º Conde das Galveias seria o seu irmão, Francisco (1758-1819).

Fontes:

Schedel, Madalena Serrão Franco. 2010. Guerra na Europa e interesses de Portugal: as colónias e o comércio ultramarino. A acção política e diplomática de D. João de Melo e Castro, V Conde das Galveias (1792 -1814). Tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo (http://digitarq.arquivos.pt/details?id=3910101)

Suporte meia folha dobrada escrita nas duas faces do primeiro fólio e no rosto do segundo.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Arquivos de Família
Fundo Casa dos Condes de Galveias
Cota arquivística Maço 9, Correspondência Geral, A-B, Almeida
Fólios [1]r-[2]r
Transcrição Silvia Mencarelli
Revisão principal Rita Marquilhas
Modernização Fernanda Pratas
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2010

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[1]
Exmo Sr D João de Almda

Não posso deixar de testemunhar à V Exa

[2]
toda a affeição, q lhe tenho qdo o momento se me a
[3]
presenta; e como fui obrigdo a ficar a Roterdam roga
[4]
do por oficiais, q vinhão a esta cide partindo da Maia
[5]
aproveito a occasião pa contar a V Exa os mtos obse
[6]
quios, q elles me fazem em virte de recomendações
[7]
q o secretario novo lhes fez pa assim me obrigar a dar
[8]
a V Exa hũa boa informação à ico respto este homem
[9]
acompanhou-me athe Delfi e todo o meu trabalho
[10]
era desembaraçarme delle sem me ser possível:
[11]
eis aqui as suas palavras: Meu Sr vendo, q vmce con
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vivia com Anto Joaqm fiquei certo q devia olharme
[13]
com pouca affeição, busceio mts vezes; mas vmce estava
[14]
sempre com sua Exca; mas agora q eu tenho a occasião
[15]
de lhe falar quero dizer lhe q o Pe Nôel meu ini
[16]
migo porq me julga ingrato a Mr Le Chevalier de
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Vollandri, eu estive àbisetra por me curar; juguei
[18]
mto fiz alguãs rapaziadas, q não me ficão mal, peço
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lhe q informe bem a sua Exca... eis aqui tem V Exa
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tudo q este homem inconseqte me disse, e sendo q eu
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fugia delle, q eu sou infinitamte ligado com V Exa
[22]
(não como julgão estes Srs officiais por parentesco mas
[23]
por amize) assim mesmo me entertem de coisas
[24]
similhantes, e todos os homens de bem, q me tinhão
[25]
falado deste Heroe Vieira declarou-os seus inimi
[26]
gos e teve a arte de me enternecer; e eu mesmo
[27]
conffesso a V Exa q estava preparado a seu favor de
[28]
pois pensei qto eu era susceptivel de ser engana
[29]
do por hum homem astuto: e digo à V Exa q este

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