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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1640. Carta não autógrafa de João Cota, barbeiro, para o irmão, [Salvador Cota], criado.

ResumoO autor dá instruções ao irmão sobre como tratar de uma petição para tirar a penitência a Domingos Cota, irmão de ambos.
Autor(es) João Cota
Destinatário(s) Salvador Cota            
De S.l.
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Processo relativo a Salvador Cota, preso por judaísmo, heresia e apostasia pela Inquisição de Lisboa a 27 de outubro de 1640. O irmão de Salvador Cota, João Cota, fora feito prisioneiro pela Inquisição de Évora em abril de 1638, vítima das mesmas acusações, e saíra do cárcere em 1639, depois de ter sido torturado e quase relaxado à justiça secular por não confessar os seus crimes. As cartas aqui transcritas, que escreveu ao irmão, foram feitas depois de ter sido libertado, e delas se depreende que passava dificuldades e que a sua família estava a ser investigada por judaísmo por parte do Santo Ofício, tendo sido vários os primos, tios, sobrinhos e irmãos de Salvador e João Cota que foram feitos prisioneiros naquela época. As missivas encontram-se no processo de Salvador Cota porque, provavelmente, foram confiscadas aquando da sua prisão; não são mencionadas no decorrer do processo.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 9894
Fólios 14r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2310047
Socio-Historical Keywords Mariana Gomes
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

Page 14r

[1]

Irmão primita noso señor q esta vos ache com sa

[2]
ude e vosas pesoas eu fiquo com ela suposto o esta
[3]
do em q estou de luis cota e sua mulher e filha me
[4]
avizai de sua saude e que esta aja por sua supos
[5]
to me não quer escrever fasa o que lhe pareser
[6]
o que comvem he querereis fazer esta pitisão e ireis a ca
[7]
za do comde do redomdo e pergumtareis por antonio
[8]
miz natural de pavia e dizeilhe quẽ sois porq vai ai
[9]
feito de voso Irmão dominguos cota sobre o neguosio
[10]
de lhe tirarem a pinitemsia e fazei hũa pitisão em
[11]
nome de nos ambos ou cada hũa por si ou o que milhor
[12]
vos pareser porq temos oje qua a seira do
[13]
velas pa q nolas tirem loguo fazemdo vos de vosa par
[14]
te diligemsia com amtonio miz porq vai posto o comde
[15]
do redomdo falar ao imquizidor mor e por iso pe
[16]
so queirais falar com ele mãdaisme dizer q fa
[17]
lo mto falais por boqua de João cota e de frco cota
[18]
quãto q nhenhũ deles tem omra nẽ verguonha
[19]
nẽ primor porq se eu fizera o que mtos q a tera fi
[20]
zerão não fiquareis vos no lomge nem eles de perto
[21]
porq outros mais onrados q eles forão la asim
[22]
poderão eles ir Senão temde temto nos filhos de afom
[23]
so vas o que fizerão a seu irmão avemdo vinte anos
[24]
q o não vião eu estou de caminho pa esa sidade se me
[25]
mãdais dizer e voso irmão q va porq importamte
[26]
e não pouquo a minha ida asim pa vos como pa meus
[27]
filhos avizaime loguo por este portador pa q saiba
[28]
o que ei de fazer
[29]
se oferese mais deos vos
[30]
4 de fivireiro de
[31]
1640

[32]
voso Irmão
[33]
João cota

por esta doente mandei fazer esta João Cotta

[34]

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