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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1602]. Carta de Baltazar Estaço, cónego penitenciário de Viseu, para Catarina Lopes, sua confessada.

ResumoO autor envia notícias de um Manuel Vaz e dá conselhos espirituais à destinatária.
Autor(es) Baltazar Estaço
Destinatário(s) Catarina Lopes            
De Portugal, Viseu
Para Portugal, Viseu, São Pedro de France
Contexto

Processo relativo a Baltazar Estaço, cónego da Sé de Viseu, letrado e confessor, preso pela Inquisição de Coimbra em Julho de 1614 e transferido para Lisboa em Março de 1617, não sem antes se ter tentado suicidar, em 1616. Era acusado de assediar as suas confessadas colocando as mãos nos seus seios, beijando-as e dizendo que nada daquilo era pecado. Confessou mesmo, já em Lisboa, que, estando doente, havia oito anos, dormira com mulheres nuas como cura (sem, contudo ter qualquer "ato torpe" com elas). A carta aqui transcrita diz respeito a uma denúncia feita a Baltazar Fagundes, provisor do bispado de Viseu, que fora encarregado de fazer diligências quanto ao caso de Baltazar Estaço. Foi enviada por Catarina Lopes, uma das confessadas do réu, que escreveu ao provisor do bispado e lhe remeteu, como prova, três cartas que este lhe escrevera, também anexadas ao processo.

Bibliografia:

Baião, António (1919), Episódios dramáticos da Inquisição Portuguesa, Porto: Renascença Portuguesa.

http://arlindo-correia.com/221208.html

http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/estaco.htm

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 2384
Fólios 206r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2302303
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

Page 206r

[1]
[2]

todos os dias em meus sacreficios me lembro

[3]
dessa vossa alma, q não custou menos a Deos
[4]
q todos os q eu trato; nem he rezão q eu a trate
[5]
com menos cuidado q todas as outras. mas
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como não sei de portadores não vos mando
[7]
pedir novas vossas nem as mando minhas. de
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mel vaz as tenho boas; e mandoume pa
[9]
pagayo; e bogio de cheiro, mas ainda não
[10]
sei se chegaram vivos.

[11]

elle esta bem; espera arrecadar huns cento, e

[12]
oitenta mil rs q lhe devem pa se vir mas
[13]
ja não sera este anno. esta carta q mandais
[14]
lhe mandarei pola pra via. não vos falo em
[15]
fruta porq ja sei q he toda apredejada: mas
[16]
lembrovos q vos lembreis de Deos, e q o busqueis
[17]
em vosso interior, por oração, e por elle vos comoni
[18]
cará sua luz pa o conhecerdes; e seu amor pa o amardes; a todos os
[19]
vossos me encomendai mto nosso snor.

[20]
Vizeu aos 28 de setembro Bar Estaço

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