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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor finge que o seu tio, preso pela Inquisição, dá boas notícias à mulher. |
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Autor(es) | Manuel Leitão de Oliveira |
Destinatário(s) | Maria da Mota |
De | Portugal, Elvas |
Para | S.l. |
Contexto | Segundo o depoimento feito perante a Inquisição por Manuel Leitão de Oliveira, de 12 anos, filho de Filipa Grácia, falecida, e do licenciado Sebastião Rodrigues de Oliveira, advogado, preso com os seus irmãos e tios na Inquisição de Évora, algumas cartas deste processo são apócrifas. Para acalmar a madrasta (e também para receber umas prometidas alvíssaras), Manuel Leitão de Oliveira resolveu forjar cartas do punho de seu pai e seu tio, supostamente emitidas da cadeia pública de Elvas. Quase todas as mulheres da casa (a avó, a madrasta e uma tia) acreditaram, e ditaram cartas de resposta, as quais, obviamente, nunca chegaram ao destino. Toda a correspondência foi ficando na mão de Manuel Leitão de Oliveira, que acabou por entregá-la à Inquisição ao ser obrigado a ilibar o pai e os tios da culpa de revelar o segredo do Santo Ofício. Manuel Leitão de Oliveira justificou assim a sua conduta: vendo que sua madrasta estava sempre chorando, desejando saber novas de seu marido e pai dele, e prometendo muito a quem lhe desse essas novas, ele por sua ignorância lhe disse que escrevesse ela um escrito, que ele tinha por quem o mandar, e assim foram e vieram três escritos e três respostas, e eram os que ali mostrava. As cartas foram inicialmente publicadas em Marquilhas, Rita (2005) "Una gran sala con la puerta abierta: cartas imaginarias desde la cárcel de la Inquisición (Portugal, siglo XVII)", Castillo Gómez, A. e V. Sierra Blas (eds.), Letras bajo sospecha. Gijón (Asturias), Ediciones TREA: 43-75. Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Évora, Cadernos do Promotor |
Cota arquivística | Livro 225 |
Fólios | 351D v |
Transcrição | Rita Marquilhas |
Modernização | Raïssa Gillier |
Anotação POS | Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Data da transcrição | 2005 |
1656. Carta apócrifa de Manuel Leitão de Oliveira fingindo ser Francisco Rodrigues de Oliveira, irmão de licenciado, preso, para sua mulher, Maria da Mota.
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