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[1822]. Carta de Gertrudes Rosa da Conceição, presa, para António José Ferreira, caixeiro, também preso.

ResumenA ré, presa, informa o amante das condições em que se encontra e do modo como o processo decorre.
Autor(es) Gertrudes Rosa da Conceição
Destinatario(s) António José Ferreira            
Desde Portugal, Lisboa, Cadeia do Limoeiro
Para S.l.
Contexto

Francisco Ferreira, merceeiro, acusa a mulher de adultério. Quando o marido estava fora (testemunharam os criados), Gertrudes acolhia no seu quarto António José Ferreira, caixeiro do marido. Como sinal de presença, António José Ferreira atirava moedas à janela, e então Gertrudes abria-lhe a porta que dava entrada para o escritório. As cartas trocadas entre os amantes eram levadas por um moço de recados que foi espancado por António José Ferreira assim que se ouviram os primeiros rumores do crime. No dia de Entrudo, Gertrudes mandou toda a família e os criados para casa de um vizinho para poder receber o seu amante. Porém, uma das criadas precisou de voltar a casa e encontrou-os em «ações indecentes». Mesmo depois de presos, Gertrudes e António José continuaram a trocar correspondência, agora na cadeia do Limoeiro. As cartas foram apreendidas e nelas se insinuavam projetos de atentar contra a vida de Francisco Ferreira, o que, de facto, aconteceu: o irmão da ré, identificado como «marujo», atacou o cunhado com «huma estocada, ou punhalada, deixando-o por morto». No entanto, Francisco Ferreira escapou do que durante muito tempo se considerou ser uma «ferida mortal». Consta do processo que a ré foi absolvida por não haver provas suficientes e se supor que tudo tivesse sido urdido pelo marido. Esta carta está copiada no processo de António José Ferreira: Casa da Suplicação, Feitos Findos, Processos-Crime, Letra A, Maço 27, Número 6, Caixa 57.

Soporte meia folha de papel dobrada escrita nas três primeiras faces.
Archivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fondo Feitos Findos, Processos-Crime
Referencia archivística Letra G, Maço 3, Número 12, Caixa 10, Caderno [1], Fólios 300r-301r
Transcripción Sara de França Sousa
Revisión principal Cristina Albino
Contextualización Leonor Tavares
Normalización Ana Luísa Costa
Anotación POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Fecha de transcipción2007

Sentence s-2 eu ja estou milhoor
Sentence s-3 ja me alevanto a 3 dias com toce mas estou mto fraca
Sentence s-4 cintome mto disvaida da cabeca e trago muito fastio
Sentence s-5 não poso comer nada apetece
Sentence s-6 pareceme q aqui acabarei a vida mas iso he o mesmo
Sentence s-7 como Vmce tenha caude ainda q eu mora não inporta
Sentence s-8 Vmce ca fica
Sentence s-9 Vmce he q me ha de d ispicar a respeito do q me dis
Sentence s-10 estou ademirada porq o meu Joze Me dice q Vmce estava mais atrazado do q eu porq o seu agravo ainda cabado tinha hido pa a relacão e o meu ja la tinha hido e não foi aseito
Sentence s-11 e tornou o letrado agravar e cahio cem agravo
Sentence s-12 e agora esta os papeis na mão do meu letrado pa contradizer o libelo
Sentence s-13 asim não cei de mais nada
Sentence s-14 fesce hum requerimento o intendente pa eu dar huma gustificasam da ma conduta dele
Sentence s-15 dei 8 tistem tistemunhas contra ele mas o intendente dice ce foce notro tenpo q hele havia de vir prezo mas agora não porq hum home podia armar crime a molher mas a molher não pode armar crime o home
Sentence s-16 asim não sei q sorte cera a minha
Sentence s-17 senpre me concedero disgracada porq ele com o meu me fas mal e ha de fazer o q poder porq tem com q mo fasa
Sentence s-18 ele dis q eu e Vmce avemos de hir degradados anbos
Sentence s-19 ce focemos anbos pa o mesmo citio viviaz mais alegre de padecermos heu por Vmce e Vmce por mim
Sentence s-20 castefaziame com o vermos hum a outro
Sentence s-21 mas por disgracia minha não cera asim
Sentence s-22 ademirame o Vmce ja estar a dar testemunhas
Sentence s-23 eu ainda não as dou
Sentence s-24 ainda os papeis an de hir pa o letrado dele
Sentence s-25 ele ha de agora justificar o crime e o depois eu hei de dar testemunhas
Sentence s-26 heu estava capas de ver ce metia pela merzircordia porq me dizem q pela mezercordia lhe fazem dar o perdão mas o meu filho dis q não
Sentence s-27 asim eu disto não cei nada
Sentence s-28 não cei o q hei de fazer
Sentence s-29 estou por tudo quanto me dizem
Sentence s-30 o alvara ja requeri 2 vezes
Sentence s-31 cempre emdeferido
Sentence s-32 agora dicerão q me havião de requerer hum da relacão q ce dão 4 fiadores o crime
Sentence s-33 asim veremos
Sentence s-34 como nos não temos crimes cempre han de haver fiadores
Sentence s-35 eu não tenho medo de dar quantas justificacois foce porq sou mto obrigada a todos porq todos dizem q ate poi as maus no lume por mim e q ele he hum patife q percizava mil vidas fora e todos são contra ele
Sentence s-36 mas como ele tem dinheiro tudo compra
Sentence s-37 eu agora quero ver ce mudo de iscrevão pa hum q dizem he mto bom chamado Ancelmo
Sentence s-38 ele mandou hir meu Pai debaixo de prezão pa o menistro o fazer acinar hum termo de responcebilidade de vida
Sentence s-39 ele não quis
Sentence s-40 asim o q eu queria q me mandace dizer ce Vmce tambem vem aqui o patio paciar porq como estou na informaria queria velo
Sentence s-41 e ce não poder cer veiga ce arenga com ese cogeito q esta ahi na cala em hum quarto q ele tem ca a molher na informaria
Sentence s-42 ela he mto minha amiga por iso hela pede o marido pa lhe levar as minhas cartas e trazer as cuas
Sentence s-43 veiga ce vem ca hum dia com ele acima
Sentence s-44 ele xamace João Joze Nogra de cetubal
Sentence s-45 he muito capas
Sentence s-46 as cartas não paca da mão dele poq o meu Jacinto tenho medo dele porq Vmce bem cabe q he hum doido
Sentence s-47 mandeme dizer o q lhe intregou onte e ce iscreveu por ele

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