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Maarten Janssen, 2014-

Visualización por frase

[1699]. Carta de autor anónimo para destinatário anónimo.

Autor(es)

Anónimo294      

Destinatario(s)

Anónimo295                        

Resumen

Relato de um episódio que envolve uma lavadeira.

Texto: -


[1]
e ano o mes de setenbro ou outubor de seissentos noventa e seis me susedeu por causa duma doensa que tive ter hũa pouca de roupa suja e pela querer guardar andava pirsiguindo a lavandeira que mas lavase
[2]
antes que ela me disia que não o eu a minha que mo vendese e que logo ma lavaria
[3]
eu vendo isto por não ter cirada que mandase e ser uso no meu bairo hirem os visinhos em casa hũas das outrass com libardade fui eu dia as tirndades com pausinho na mão a casa da forneira
[4]
diserãome que estava na eira que esta atars da parede das casas
[5]
fui la ter com ela olheia asentada a par dum monte de aspigas de milho com hũa minina que tinha de na saia
[6]
eu asenteime a par dela que fasia muito luor
[7]
ali istivemos falando pouco e eu disendo que quiria me vendese hũa pouca de sinsa para mandar lavar hũa pouca de roupa e hũns colxois antes que ela dise que não ma pudia dar aqueles dias porque lho tinham pidido muito pesoas
[8]
rogueilhe muito que vise se mo pudia dar se ate sesta fr mas o dia em que falei não me lenbar
[9]
e dia dispois que falei com iso ouvi diser que lhe morera aquela ciransa que lha matarão as bur burxas
[10]
tambem mi não lenbar qual dos dias foi que moreo a ciransa que como hera anginho nenhũ caso fis daquilo que oovimos mos o que he serto que tudo foi dentor em hũa somana
[11]
e como ela fico comigo muito por me dar a sinsa no pouca ou muita a sesta feira quando veio á sesta feira pela minha fui eu resando ate o forno para saber se me avia de dar a sinsa que me tinha pormetido
[12]
em terino casa do forno vio andar endendo e não estava la gente
[13]
tornei a sair para fora
[14]
estava no patio omen torbalhando coisa de carpentaria ou de carro ou de arado
[15]
pirgunteilhe quede essa molher
[16]
respondeume não sei
[17]
dise eu e pois quem asendeo o forno respondeome ahi o fiserão asender mas não me dise quem nem a mim me emporto pirguntalo porque eu não quiria senão a forneira
[18]
e pareseume que viria algũa visinha largarlhe o lume em que esa visinha fique patio parada defornte d outar porta sua que estava fichada disendo eu olhame dés agora se foi esta molher que eu quiria falar com ela
[19]
virose o omen para mim e diseme de manso que estava naquela casa que eu vi a fichada
[20]
dise eu se a porta esta fichada nome o diser que la estava eu sem reparar se estava a porta fichada por dento ou por fora vi que estava hũa goteira que tem a porta tapada com rolham de pano
[21]
pareseume que istaria tapada por lhe não irem la gatos
[22]
dise o omen se hira ela a fasenda
[23]
respondeume que não que la estava mas de mansinho com ela asenando com a Cabesa como quem não quiria que ela o ouvise a ser adonde estava
[24]
fui eu Chegando para
[25]
antão vi que estava
[26]
nunca fis per isso de me tornar a teserme
[27]
disto fui buscar o parico e disendolhe isto diseme com a comfisão que não poso iso na buscar apostolo que so eles tem poderes para hiso
[28]
e contelhe o caso todo
[29]
na verdade filo eu
[30]
asim diseme que me esolvia pelos poderes que tinha mas com condisão que avia eu de dar conta ao cumisairo do santo ofisio
[31]
eu dise que não sabia quẽ era
[32]
disemo a outor comfesor
[33]
e isto susedeo no cabo da rua dos barreiros por sima da fonte grande na sidade de leiria

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