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Maarten Janssen, 2014-

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[1753]. Carta de António [de Nossa Senhora] da Esperança, frade, para Manuel do Cenáculo, lente de Teologia.

Author(s)

António de Nossa Senhora da Esperança      

Addressee(s)

Manuel do Cenáculo                        

Summary

O autor faz acusações contra frei Eusébio de Jesus Maria José, frei Agostinho do Rosário e frei Francisco da Expectação, defendendo frei António de S. José e dando conta do que se passava no convento.

Text: -


[1]
M R P M Fr Mel do cenaculo
[2]
Meu P M estimarei que vP tenha passado com felis saude e tivece festas alegres o q eu julgo pelo contro por cauza da desgraça q succedeo a meu P M dos Noviços
[3]
confeço ao P que me tem dado bem que cuidar o dezaforo destes maganos
[4]
mas paciencia façace a vontade de Ds e em elle espero q ha de manifestar a verde;
[5]
entendo vP sabera o mo-tivo
[6]
isto não obstante sempre qro contar o que sei pa que vP ponha la algun remedio se ahinda desse cotto não forão ao s offo
[7]
e dicime o grande talento do Espectação Autor da obra que qdo la estavão ahinda os dois so-cios Euzebio Fr vicente escrevera a Euzebio em q lhe dezia que o P M dos Noviços lhe descobria o sigilo da confição, e q vice o que fazia cujo escrito leo o Espectação, e q o deo ao P Proval actual que então hera custodio
[8]
e dizen por ca que Fr vicente tambẽ handa metido nisto, e q se comresponde com e-lles
[9]
individue vP esta couza;
[10]
outra ha q confeçandoce o gloria com o P M de hũa couza q niguen a sabia o N P Diffor geral q então hera Proval reprehendeo ao gloria dizendo vos fizestes tal couza,
[11]
e que lhe dice o gloria vP não o podia saber senão do M dos Noviços que me confecei a elle, e ninguẽ mais o dice,
[12]
e dizendo eu isto mesmo a N P Diffor geral me dice hera mentira, e não lhe lembrava; agora o que succedeo com o Espectação que confeçandoce ao M e dizendolhe q tinha tido hũa raiva a irmão pelo ver es-tar batendo em hũa caixa de tabaco no coro, e o P M que lhe preguntou quem hera esse irmão, e q lhe dice q não lhe podia perguntar porq he-ra perguntar pelo complice o q elle não podia fazer
[13]
isto não obstante dicelho
[14]
e q levantandoce da confeição o foi contar a Euzebio, e Agostinho o tal Espectação, e q lhe dicerão elles que hera couza do s offo por per-guntar o cumplice. (como se o ouvece ) e bem sabẽ que couza he complice),
[15]
e o P M de tarde estando elles todos tres juntos di-ce ao Expectação que lhe dece licença pa saber, e individuar o q lhe tinha ditto na confição, e elle q lha dera,
[16]
isto me dice a min, e mais que tudo vou ajuntando, e ha de servir pa defeza de meu M
[17]
e sou mto empenhado no seu credito pois esta perdido,
[18]
e a gente desta corte dizen o que queren sempre attribuindo a couzas piores
[19]
outra couza que o Bernardino tinha ditto dentro da conficão que tinha falado com o Euzebio, e o P M ao depois reprehendeo a Euzebio servindoce da confição por cuja cauza fizerão ao Ber-nardino ao s offo
[20]
mas elle dis que foi fora da confição, e q asin la o dice
[21]
isto não declara por cauza do segredo mas dis que não fes mal a niguen
[22]
isto he o que eu sei,
[23]
mais e o P M que reclusou o Pillar (nem os mortos lhe escapão) porq queria hir denunciar ao P custodio por lhe descubrir o sigilo da confição
[24]
não sei mais nada so que digo he que isto tudo he cauzado de grande odio q ten ao P M,
[25]
e a mim me dicerão q se havião de vingar mto bem do M dos Nosviços descompunhono,
[26]
e diceron-me que o escrever ao corista hera pa o destruir, e deitar a perder testemu-nhas suas, e dezafiarão a Fr Elzeario pa que tamben denunciace ao M dos Noviços
[27]
se se queria vingar delle ha hũa testemunha e o Espectação e di-ce tambẽ,
[28]
e dizendo eu a Fr Elzeario ja con segda tenção perguntace ao Espectacão diante de mim, e dice q lhe tinha ditto falace a Fr Euzebio, e fizece o q elle lhe dicece
[29]
isto ouvi eu
[30]
peco a vP veja se po-de por algũ remedio se ahinda la não forão,
[31]
e agora ouvi dizer que ja la estavão feitas as diligas
[32]
espero vP me o mande dizer, e deme ocazioens em q lhe possa dar gosto, e a meus condiscipos q sejão por seu M
[33]
Ds gde a vP m ann
[34]
29 de Dezbro
[35]
De vP Discipo mto amte e obrigado Fr Antonio da Esperança
[36]
Fr Izidoro chora
[37]
hontẽ fui falar esta sentidissimo, e que tem vergonha de sahir fora porq em S vicente gracianos, e fidalgos todos es-tão atonitos com isto, e dizen q são sete q estão em o s offo outros 3.
[38]
o P Proval Mença e todos estão pelo M dos Noviços,
[39]
eu Bernardino e Elzeario, aos tres sugeitos como se não estivecem neste convto nem os conhecemos picados sumamte
[40]
digo mais que Fr Elzeario não quis tal fazer da denuncia
[41]
antes dice q hera odio q elles tinhão ao P M, e o da caixa de tabaco do Espectação foi Fr vicente,
[42]
iten tomara que vP vice o dezaforo com que elles handão a rirem e brincarẽ
[43]
pareceme que estão dezemparados da graça de Ds o sr lhe acuda

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