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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1451

1630. Carta de Simão de Fontes, mercador, para Isabel Henriques, sua prima.

SummaryO autor lamenta que a destinatária acredite nos boatos que corriam a seu respeito e defende a sua afeição genuína por ela. Faz ainda algumas recomendações, nomeadamente face à sua condição física.
Author(s) Simão de Fontes
Addressee(s) Isabel Henriques            
From Portugal, Lisboa
To S.l.
Context

António da Silveira Rosa, cristão-novo natural de Beja residente em Lisboa, preparava-se para se juntar a outros da sua nação assistentes em Castela quando foi surpreendido pelo juiz de fora daquela cidade, o qual achou em seu poder um volumoso conjunto de cartas, redigidas por dois mercadores de Lisboa – um dos quais sogro de António. Além de as referências espaciais e temporais serem comuns, as 13 cartas anexadas ao seu processo partilham ainda o facto de serem maioritariamente dirigidas a familiares. O seu intuito consistia em preparar a fuga, antes do Natal daquele ano, por Barcelona ou Catalunha, rumo a França.

A prisão do portador comprometeu este plano e levou aquela autoridade judicial a encaminhar tão comprometedora correspondência ao cuidado da Inquisição de Évora, e assim revelar não apenas a culpa do réu – directamente implicado no conteúdo das cartas -, mas toda uma rede de cristãos-novos.

Support uma folha dobrada de papel de carta escrita no rosto do fólio 28 e no verso do fólio 29.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Évora
Archival Reference Processo 8768
Folios 28r e 29v
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcription Ana Leitão
Main Revision Raïssa Gillier
Contextualization Ana Leitão
Standardization Raïssa Gillier
POS annotation Raïssa Gillier
Transcription date2015

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A Minha prima ysabel Anriqes q deus gde as liiboa vinte e sinqo de 9bro 630 prima ysabel Anriqes

Resebi duas vosas a q nesta dou reposta estimando a vosa melhoria dos dentes q noso Snor vos comserve en companhia do q dezejas eu tenho a deus grasas a voso Serviso quando vos mo meresais e sobre o q me dizeis q não podes pagsada q não fasais pegada ponde vos a pe mansinho q não se sinta e deste modo não fareis pegada e asim q aveis de entender de min q estas avertensias q vos fazia não erão seenão pornq pedro não tivese q dizer nei escrever q bem vedes o poqo q estima a onra de molheres e vos deveis entender de min q vos qero mal asim tomais as coizas pelo q estais enganada en mais de sento por sento e bem vedes a amizade q antre nos ha asim q não qerer mal nei aos gatos da caza q fazendome vos esta vontade q não me parese faz contra vos nei a sa vilonte q o beis q a todos dezejo eses venhão sobre min e asim q fiqo comfiado com o q me escrevetes q tudo estava mto fora do q eu cudadava e como eu e de ser portador mto seado acabarei de afimar o q me dizeis e achado eu tudo como dezeis Serei voso primo como dantes e com mais amor asim q tomeis as coisas com o zelo com q vos digo esta carta não vola veja franco soares nei voso mai e nei pai porq não qero q vos molaestem e de oje por diante escreverei de outro modo mas confio en deus q seram poqas porq a minha vontade he grande de me ir q vam por qa mtas enbrulhadas q na de ma Anriques me remeto fiqo de caminho pa tores novas e tantos sera por poqo tempo en mtas me encomendem todos a deus q nos ajonte a todos con bem seja noso Snor en vos grcas

Voso primo Ssimão de fontes

a minha prima violante me encomendo


Legenda:

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