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Maarten Janssen, 2014-

CARDS0030

1827. Carta de Hermenegildo José para Carlos Miguel Vieira, lavrador.

SummaryUm lavrador rico de Évora é ameaçado de violência caso não entregue seis moedas para livrar um preso da Cadeia do Limoeiro.
Author(s) Hermenegildo José
Addressee(s) Carlos Miguel Vieira            
From Portugal, Lisboa
To Portugal, Évora
Context

O réu deste processo chamava-se Hermenegildo José, ex-soldado do Regimento de Infantaria N.º 5. No decorrer do processo apurou-se que Hermenegildo José tentara extorquir seis moedas a Carlos Miguel Vieira, um lavrador rico da cidade de Évora. Esta carta serviu para incriminar o réu. A forma de extorsão que esta carta documenta (e outras mais de igual teor) representa uma prática que se tornou característica da cadeia do Limoeiro no primeiro quartel de Oitocentos e cuja amplitude em muito beneficiou da instabilidade política e social associada aos primeiros anos do Liberalismo e da ambiência generalizada de vulnerabilidade e suspeição.

Support meia folha de papel dobrada escrita nas três primeiras faces e com sobrescrito na última.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra H, Maço 5, Número 28, Caixa 11, Caderno [1]
Folios [5]r-[6]v
Transcription José Pedro Ferreira
Main Revision Cristina Albino
Contextualization Miguel Cruz
Standardization Clara Pinto
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2007

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Illmo Snr Calrros Miguel Vieira qm deos Gde mtos nos etc asistente na Rua da Vis em a Side de Evora Illmo Snr Calrros Miguel Vieira

serve esta de lhe dizer que eu sou hum filho de trabalhos que transito por toda a parte que Me fas Conta tendo eu hum Manno preso no limoeiro A dois Annos, vim aguora A esta terra a fim de lhe dar libradade tenho falado Com o menistro i esCrivão do Crime tenho Meu aJuste feito Com o esCrivão faltame pa a libradade de meu Manno seis Moedas as Coais lhe peso emprestadas a VSa q espero q VSa Mas ha de emprestar i não Me fazendo VSa isto pode ter por serteza q na siminteira lhe he de quemar os palheiros de verão lhe he de quemar a heira de pão i nese Meio tempo hei de pilhar seu filho o a vmce no caminho do zambugal atão falaremos eu ja lhe tenho comido em sua caza não diguo Mais nada este dinheiro Mandemo por este Modo dentro de huma alcôfa com outra qualquer couza dentro q venha bem como huma emcomenda que vai pa qualquer parte bem Cuzida Remetama a Lisboa a Caza da guarda da Rebeira velha por algun almocreve desa tera o sobreescrito da emcomenda q seja este ao Snr Manoel Marques prezo nas cadeias de Limoeiro qm deos gde m m isto q seja ca emtregue ate ao dia vinte seis de oitubro de mil oitosentos vinte sete

Lxa nome não ha

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