A autora dá à irmã a notícia de que está viva e de que estivera muito doente, a ponto de receber a extrema-unção. Pede também o envio de tecidos através do portador da carta.
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[2] | Minha Irmã e minha snra
Loanda 22 de feverei de 1674 Annos
Bem sei q por novidade tera Vm que no diverço de sete annos. são es
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[3] | tas as pras novas q Vm tem desta triste pelengrina q coanto talves
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[4] | teria pa sy, que eu seria já morta tem novas de ouvida hũa vida de
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[5] | milagre que a Virgem de nazaret e a seu sagrado filho devo a vida
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[6] | porq me deu hũa doenca adonde todos Julgavão q eu não ouvera de
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[7] | Viver derão me a sancta osam a hũa sesta fra a tarde e com chũ capuc
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[8] | ho de santo Anto pa me alembrar o neome de Jesus com hũ froxo de
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[9] | sange pela boqua em tanta cantidade que todas as criaturas que me
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[10] | estavão asistindo adonde fui aconpanhada de muitas amegas e esas
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[11] | todas filhas de purtugal e todos os fizicos q avião na terra fui Vi
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[12] | zitada de todos adonde me não faltava mais que ter parente diente de
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[13] | mim que era a maior desconsolação q me aconpanhava Vai num anno
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[14] | que me deo esta doenca e ainda me dura peso a Ds q se me der Vy
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[15] | da que seja pa o servir e Vm em suas orasonis me emcomende a Ds lem
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[16] | brelhe que me criou e que não conhesy outra mai mais q a Vm de coantas
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[17] | desobidiencias e palavras em q a agravei mil Vezes lhe peço perdão e
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[18] | me deite a sua menção como q se foro ja morta hũa porque não tenho
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[19] | confianca da Vida e ainda q a tivera o hir outra ves a purtugal a pasar
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[20] | o mar tam furiozo fiquo com hũa fonte em hũa perna q me manda
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[21] | rão os fizicos abrir, Agora lhe quero dar parte a Vm de como parea
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[22] | a Vida nos pros tenpos q chegei a angola q me espolsei da caza de dona
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[23] | loiza alugei hũas cazas por preso de Vinte mil rs cada anno e eu não ty
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[24] | nha de meu hũ Vintem adonde metida nestas cazas como preza sem ter
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[25] | conhesimto de nimgem nem ningem o tinha de mim adonde padesi sete
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[26] | mezes mtas fomes e mta sede e estreles nesesidades no cabo dos sete me
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[27] | zes que parese foi couza de emcanto adonde Ds me conpesou logo a fa
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[28] | voreser não lhe digo a vm que estou Riqua mas pode viver descansada
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[29] | que tenho q comer e tenho minhas cazas em q vivo tenho a minha linpe
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[30] | za toda nesesaria tenho tres negras e tres q me morrerão pode vm
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[31] | dar mtas grasas a Ds q vivendo eu con bom credito tenho por honde poder
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[32] | pasar a Vida o portador desta lhe podera a Vm Dar larga, Conta da minha
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[33] | Vida e por ser pesoa tam serta me deletarei a escrever e lhe pedi
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[34] | muito q a buscase a Vm e lhe peso lhe fale foi surgião mor neste
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[35] | Reino e tanbem curava de fizico e me asistio nas minhas doencas
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[36] | e me ajudou a pasar a Vida de holho grandes obrigasonis e vm de sua
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