A autora queixa-se ao amante, preso, dos maus tratos do pai e da perda do filho que esperava.
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Ha bastantes tempo q eu querido filho não tenho tido
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[2] | noticias tuas, o q bastante me tem custado no eterno do
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[3] | meu coração pois hes tu a unica pessoa a quem estimo
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[4] | e de quem depende toda a minha felecidade;
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Meu querido Merido sabras mui bem q meu
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[6] | Pai nas vesparas de tu me tirares do seu poder, q
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[7] | me deu mtas pancadas com huma bangalla e q me fes
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[8] | nodas negras no meu corpo do q tenho padecido mto
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[9] | e o rezultado das pancadas foi eu ter hum mao suçeso
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[10] | A meu querido Menino sei quanto te ha de ser
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[11] | sencivel esta triste noticia q te dou porem eu te
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[12] | nho sentido os maiores transportes de dor, suma pen
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[13] | na me acompanha a minha alma de se ter perdido
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[14] | o primeiro filho teu e meu, A quanto somos enfelizes,
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[15] | porem eu protesto Vingança contra o autor dos
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[16] | nossos males, meu filho tem pacssiencia q nos
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[17] | pella a nossa constancia havemos de Vencer, eu ja
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[18] | mais deixarei de ser tua mulher; o Snr Joaqm Joze
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[19] | da Silva tem recomendado mto as filhas q me Vejie por
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[20] | isso não posso ser mais extença e familia Vaise mechendo
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[21] | pa se levantarem adeos meu bem rebe hum Bei
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[22] | ginho da tua Mulher
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[23] | A dezoito
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[24] | da Maio
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[25] | do ano
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[26] | 1830
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[27] | Maria Joze dos Anjos da Guarda e Silva
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