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Maarten Janssen, 2014-

1776. Carta de Joaquim de Foios para José Anastácio da Cunha, matemático e poeta. zoom_out zoom_in navigate_before   navigate_next info fullscreen menu

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Sr Jozè Anastasio da Cunha.

Não lhe sei encarecer, o qto, muito tempo, desejava boas noti-
cias
suas.
O Tenente João Baptista, em que VM tem
grande admirador, e hum amigo, que conhece e sabe avali-
ar
o seu merecimo foi quem me deu noticias individuaes;

e isto mto por acaso, porque eu não tinha conhecimo algum
do tal João Bapta mas vindo aqui à livraria desta
casa, me fallou na sua Arithmetica Universal, e
me repetio alguns versos, dos que VM tinha feito.
de-
pois
me trouxe a Arithmetica e os versos, os quaes a-
ctualme
parão na ma mão.

Qto a confissão, que VM faz dos seus erros, creyo que
he em pte necessaria, e em parte não.
E primeirame pelo
que toca aos versos, prescindindo da materia, não são in-
dignos
de apparecer, porque em todos elles são os pensa-
mtos
verdadeiros, e muito frequenteme nobres e poeti-
cos
;
assim a huns sustenta os a verdade, a outros levan-
ta os
a novidade, a belleza, e ainda a sublimide.
A
Ode sobre a Empresa da Academia de Valencia he hum
Dithyrambo, de que gostei muito.
Os Heroicos, que tem
por epigraphe Veritati sacrum contem muita coiza
boa e verdadeirame poetica.
Porem a materia de quasi todos
os outros versos não sei eu, nem saberá ninguem desculpar

corrompe e perde não o Christão, mas ate o homem.
Sim
estão de coizas deste genero cheyas as obras dos poetas, mas