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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0072

1595. Carta de Henriques Pereira Tenório, mercador, para Afonso Fidalgo, seu sobrinho.

Autor(es)

Henrique Pereira Tenório      

Destinatário(s)

Afonso Fidalgo                        

Resumo

O autor escreve ao seu sobrinho dando-lhe várias notícias da família e dos negócios. Espera em breve poder vê-lo.
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Pa o sor Afonço fidalgo pra e ẽ sua ausencia ao sor Mel lopez homẽ e elles ẽ pernãbuqo lxa a 8 de julho de 95 Sor

20 de Maio foy nosso sor servido de levar pa si a meu iro Ro lopz pra vosso tio. e dentro de 12 dias me veo a triste nova q fiqey tal q lhe affirmo q cuidei de perder a paciencia asim po se me cumpre juntar o quão desemparado morreu de todos os seus como po ver o amparo de sinqo orfãos q deixou e não isto tão rodeado de trabalhos E as desaventuradas novas da tomada desta terra q me espantei como não acabei tambem. Mas como tudo isto são cousas ordenadas po deus não tenho outro refugio maes q darlhe graças cõtudo queira ele po sua Miza darlhe gloria a sua alma e remedio a seus fos Miza dos q qua ficamos. e certo modo ẽtendo q lhe fes deus M ao bem aventurado de alma po si poq elle cada dia Morria e deus dos trabalhos de q q não estava elle mto e asim morreu deus lhe de o çeo. Mto eu tenho esses meninos pa os ter comigo. e espero po elles este mes bo ra tragaos deus paz. e fico cuidado athe virẽ allgũas novas dessa terra. pa saber de vos e de vossa saude queira deus tervos da sua sa Mão e avervos livrado desses trabalhos e livrarnos dos maes de q eu estou bem aresisto athe estas couzas quaa serẽ de todo findas a q deus queira dar o fim e termo q dezejamos, acudindonos sua Miza. e bem folgara eu q estivereis jaa fora de perigo e de modo q vos podereis vir aquietar nesta cidade pa q me ajudasseis poq eu não posso tanto. mas quereraa deus pornos tudo bẽ q vos tenha junto comigo pa ambos podermos remedear a todos estes orfãos-

Mel partio abril pa Gine seu tio e hia mto bẽ desposto e hera po aver estado jaa doente duas vezes fação espero novas de aver chegado laa paz e de ro fidalgo tambẽ tragame deus po quem hee eu ẽcomendo mto a Agostinho pra q tenha mta conta ro fidalgo e o faça emẽdar de seus viçios e q o faça metter no negoceo da terra pa q elle posa ficar laa algũs annos se elle for pa isso poq le aproveitarẽ a si e a nos e seu tio deve trabalhar po o fazer asim poq elle me avizara agora do cabo verde q deste recebi q lha mãdasse todas as pa q o queria fazer homẽ e a Mel q o mande logo a estar algũs annos laa na casa de Jorge fidalgo q o averaa como fo e hiraa a fazendo e a aprẽdendo os negoçeos da terra. queira deus a todos e darlhes remedio da sua Mão de dyo folgara de saber novas e q se não acabara de perder. - de novas de quaa vos não dou poq não estou pa isso vosso tio Graviel paes queixasse mas esse foy sempre seu custume. temos mtas gerras quaa e haa armadas pelo mar guarde deus nossas cousas todas - - Gar loz isto segredo tem tomado cõselho de tomar po parente esse sobrinho de lla e fas bẽ poq o hee ser tudo de caza e se deus me daa vida o mesmo determino eu de fazer a da terceira e asim o avizei jaa a seu pai e a elle lhe pareçeo bẽ. e das q ora vẽ da ilha tambẽ. escolha lhe deus o melhor e ordene tudo pa seu serviço.-

ao sor Mel lopes q não escrevo po não andar pa isso q aja sua M esta po sua. e q nas duas urcas q vão do Pto vão duas tonelladas cada hũa pa sua M laa carregar po minha conta como lhe tenho avizado. e q na ilha as mandei carregar de vos de q de lla se avizaraa a sua M E q lhe ẽcomẽdo q me mãde bõs asucares. e q podendo ser todos brãcos folgaria e q outra caravella de alfama q os sores seus tios tem fretado pa hir da ilha primcipio de outubro bo ra tenho tambẽ tomado outras duas tonelladas de hida e vimda e q avendo laa urcas não deixe sua M de me hir mãdãdo os caixoens q poder todas ellas poq haa po quaa mtas necessidades e ẽcomẽdelho elle tambẽ da sua parte- e quereraa deus aver levado paz ao navio de Anto Ruiz onde hião 15 pipas de vo q se deus as livrou dos ingreses devião de ser laa boa fazda pa ajudarẽ a suprir as perdas queira deus avelo livrado de maos ẽcontros-

po amor de Mỹ façais po ver se me podeis aver algo disso q laa deixou ro fidalgo da primra ves. poq todos teem algo e soo eu ainda não tenho nem soo real como vos diraa o sor Mel lopz. e agora tenho maes necessidade disso q nũca e tambẽ vos lembro q tenho quaa dado algũ dro a Morais a ta do credito q lhe destes do que laa lhe ficaraa. pelo q lhe dai isso q laa tẽ e venha a meu poder pa q me possa eu pagar do que lhe tenho dado Graviel fica bẽ e ainda sem capa. deus lhe de o q lhe eu desejo. e poq de outro não serve noso sor vos de tudo o q desejais e vos traga bẽ diante dos meus olhos e remedio Ma roiz e izabel e violante pra q estaa nesta casa vos beijão vosas maos e cõtanto xpo todos -

vosso tio e mto amigo Henrique Pra tenorio

Legenda:

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