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Maarten Janssen, 2014-

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[1620]. Carta de Rui Fernandes de Castanheda para a sua mulher, D. Catarina Faria de Alpoim

Autor(es)

Rui Fernandes de Castanheda      

Destinatario(s)

Catarina Faria de Alpoim                        

Resumen

O autor notifica a sua mulher de que foi preso em Caminha e que vai ser levado pela Inquisição e dá-lhe instruções sobre como agir para o ajudar.
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[1]

Minha sora agora vos serão dadas as mais tris

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tes E angustiadas novas q se pode immaginar
[3]
de que deos vos permita a E a vos dar mto grã
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de pasiensia pois foi servido q eu fose tão de
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zavinturado q não pudese escapar de não
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ser prezo dezonrado E morese tão dezespera
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do não por este pecado da ffe q nimgem me
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levou a tentar nũca no zelo de sua santa
[9]
ffe mas sempre como vos dezia me temia
[10]
de mto grãodes E torpes pecados q eu tinha
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feitos em mosidade de q me temia vilos pa
[12]
gar por esta via tanta angustia imfamia
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de minha onra E vosa q a vos sinto E vosa
[14]
onra E triste sorte minha mai E sora da min
[15]
ha alma eu fico prezo em caminha caregado
[16]
de feros pa me levarẽm de tera em tera a enqui
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sisão que estes beis me vierão de minha ne
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gra mai E parentes E estou quazi doudo E
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sem sentido deitado no chão sẽ comer ha
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3 dias E foi q indo o negro precatorio de
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galiza a esta villa de viana a reconheselo
[22]
me embarasei E mudei a cor de modo que
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entenderão hia fogido q parese foi promisão
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do seo pa Castigo de meus pecados E q permi
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te Cristo q nesta vida os page E q em prizão E de
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zonra aCabe q poucos serão os meus dias so a
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vos meu bem E minha onra levo atravesada
[28]
q bem vos dezia q não me podia durar mto
[29]
tanto bem E gosto q tinha em vos ver E gozar

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