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Maarten Janssen, 2014-

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[1754]. Carta de Francisco de São Joaquim, frade, para Maria do Espírito Santo.

Author(s) Francisco de São Joaquim      
Addressee(s) Maria do Espírito Santo      
In English

Love letter from Francisco de São Joaquim, friar, to Maria do Espírito Santo.

The author asks his beloved not to trust a certain neighbor, and he gives her instructions on how to act to avoid close contact.

Maria do Espírito Santo claimed to be haunted by the demon and was submitted to an exorcism more than once. During one of these supernatural episodes she was assisted by the friar Francisco de São Joaquim Bom Sucesso, who spend the nights with her, at her request. Maria do Espírito Santo was arrested and, while in prison, gave birth to a boy. She was condemned to being publicly whipped and sent to exile for four years, among other penances.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Page 80v > 80r

Snora

E minha querida May da ma alma e vida do meu coração e susten-to da mesma vida se vmce pello q divizey se apartou da Igreja sau-doza tãobem eu fiquey sentindo hua penna sem igual q se Ds me não ajudava não sey o q havia de ser de mim e asim pessolhe q se não esqueça de me ajudar em pedir a Ds me despaxe a peti-ção q lhe tenho feito q so asim poderão os nossos coraçoens ter algum refrigerio senão viviremos em hum terrivel purgatorio mas se for vontade de Ds facasse q eu o q sinto he vella padeçer e não a poder comsolar vella cheia e cercada de inimigos e não a poder livrar vella metida emtre gente falssa e imgrata e não a poder retirar de semilhantes companhias porq asim como eu vivo estou mto prezo e não posso fazer o q devo e dezejo O Ora snora como vmce me contou q a sua vezinha vay comversar com a sua madrinha ha de me dar licença pa lhe dizer o q emtendo he comveniente a sua pessoa e a minha tãobem e não se ha de aflijir porq se o quizer fazer fas o q nos comvem e se não quizer não importa terey paciençia ainda q eu padeça algua couza Ds me ajudara e o q eu padeçer sera pa pagar as ofenssas q a Ds tenho cometido e asim digo a vmce q ja Ds esta declarado em q lhe não comvem a amizade da sua vezinha nem lhe está bem fazerlhe os favores q lhe tem feito e a rezão he porq ella se esquesse logo do bem q lhe fas e não se aproveita dos auxillios q Ds lhe tem dado agora ja não tem desculpa porq ja a avizarão e lhe diçerão quem vmce hera e quando la dormio vio q vmce fes de noute q se lhe permitio isso pa seu dezemgano e ella o q fas vemos nos vay pa caza da outra e ella la ha de lhe tirar tudo da lingua porq a outra he mui sabida e ella he tolla e ha de fazella hir outra ves a emquizição e ha de aftrapalhala e ha de então perniar e vir ter com noses e eu não lhe hei de valer porq não lhe hei de dizer nada porq como he tolla não quero q me va emcravar ella vay la contar o q nos fallamos e o q fazemos e asim ha de a madrinha levantarme outro emredo e com a vezinhança veja vmce então se lhe pareçe bem fallar com ella ou servilla e dar lhe hua couza e outra e ella então hir murmurar de nos vmce se a consentir em sua caza deitame a perder ou poemse no perigo de ella armar algua com q eu la não possa hir veja vmce o q quer se quer comservalla a ella ou a mim vmce o q ha de fazer de hoje em diante he não hir com ella a parte algua ainda q ella queira diga q eu q não quero porq asim não fas mal a nimguem nem a mim mo farão e q se for ma q o quer ser so e q não quer quem lhe vejie a sua vida e quando eu la for ha de me dar licença pa lhe dizer diante da snora sua May q se ella for a caza de sua madrinha não ha de vir a sua eu estimo q vmce lhe desse o Rozario pa ella lho ver e saber q o não tenho



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