O autor pede a um padre o favor de este interceder em benefício da sua mulher, presa por bigamia.
hoje, sem poder ser Bom a minha
Mulher que a dois annos e tantos mezes
que esta preza padeçendo o q deos sabe
neça cadeia do Recife que asim me
escreve não tem quẽ lhe soleçite sua
soltura que não sei como he viva
pois çe ella he cazada não ha lei que
nos divida e se tem outro Marido q
ce lhe emtregue; e não que se tenha pre
za con tanta molestia;
peço a V pater como piadoso por ser serviço de
Deus e pello que deve a si mesmo queira
tomar a soltura da da Minha Mulher
Domingas da Rosa a sua Conta e fallar
ao senhor Bispo neste particular in
formando o disto que Bem sei q o Res
peito de V pater tudo pode açabar cõ o
Dito Sr ou qdo o cazo por algũ meio se
ja de degredo que se lhe de pa este Rio
Grande q não he pouco ascarozo,
e pa que não feneção de todo Minhas espe
rancas e saiba o mundo não ha em V
pater nada de ingrato e sabe pagar a aque
les q em tais afliconis o servirão fiço
socegado; e publicarei toda a minha
vida tais favores
estimando eu mto logre V pater vida e
saude cõ largas fellecidades como es
te seu menor cativo lhe dezeja,, eu
sou hũ daquelles mosos pardos o mais ve
lho a peçoa de V pater Gde deos
Gde deus Muitos annos cidade do Rio Grande 28 de fe
vereiro de 689 Do minimo cativo de V pater
Paschoal Roiz