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Maarten Janssen, 2014-

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[1821]. Carta de pedido de António José de Miranda Júnior, negociante, para Pedro Alexandre Cavroé, jornalista.

Author(s)

António José de Miranda Júnior      

Addressee(s)

Pedro Alexandre Cavroé                        

Summary

O autor protesta junto do redator de um jornal pela forma como aí foi tratado. Pede que a sua defesa seja tornada pública.
Page 9r

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Senhor Redactor da Mnemosine C

Em certa epoca, dei certo dinheiro, para certa coiza. Quando asignei andava

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a sõma por hums seis contos de reis; dizem-me que chegou a oito contos. Vie
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rão receberme o dinheiro com que subescrivi: e natural que o recebessem dos outros.
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Não se distribuio por aquellas para quem dizião que era: he natural que alguem o te-
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nha. O primeiro que figorou na aquizição não era nem he nem sera capas de o ter,
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e não dar contas; digamolo em bom portuguez, de ficar com elle. O segundo pr
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tanto he que o quer bifar. Queira por este lembrete no seu interesante Jornal,
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para ver se se invergonha o sujeito que esta conchavo com elle, e o derige ao seu
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destino; e quando não saia á esporada, guardeme hum cantinho no seu Jor
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nal daqui a oito dias, porque entao vai a historia trocada em miudos com
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o nome do sujeito. Quem quizer ficar com 8.000.000 reis alheios, procure os meios
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de cohonestar ação; finga huma fallencia, hum incendio de carteira, ou outro
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algum incidente, tanto em voga em nossos tempos; mas receber dinheiro para
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se distribuir em donativo á tropa, e querelo suripiar. O Ceo clama, a honra o
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fendesse, e os logros aomentãose, e os ladrões multiplicão-se, e inda em cima se
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riem, e eu que dei o meu dinheiro para hum valorozo cidadão para hum de
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fensor da Patria ter hum dia hum jantar que lhe encha a barriga, onde beba
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á saude da salvação da Patria, não concinto que hum que nada disto he, an
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tes he hum trapalhão coma todos os dias piruns, e rode em burnida sege á
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custa dos lorpas e loirasas que lho entregarão e não lhe pedem conta. Adeos
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Sr Redactor, até á semana que vem. Queira por isto, que o homem se VMce não
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fica com o dinheiro, e quem perde he a tropa. Tenha dos pobres ca-
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maradas.

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