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[1829]. Carta de uma autora não identificada para José Moro espanhol, preso.
Autor(es)
Anónima11
Destinatário(s)
José Moro
Resumo
Carta de amor com queixumes a um destinatário que estava na prisão.
Texto: -
[1]
Asepreste Verde e triste
Copia da minha figura
Verde he minha esperança
Triste a
minha ventura
[2]
Com Sumo gosto Pego na pena para comresponder
a hum bem que eu Tanto adoro e venero
e que sempre vos
trago Retratado na Vista dos meu holhos pois para
toda a parte que holho
sempre me parece que Veijo a
vossa formuzura.
[3]
Não se passa dia nem hora nem
estante
que não Corra as suas Cartas pela vista dos meus
holhos
[4]
qdo veijo o vosso delicado Cabelo os meus holhos
são duas fontes que se arrazão
de Agoa pois já que vos
não posso ver todos os dias veijo as vossas delicadas
[5]
Pren
da ja
não tenho alegria já não tenho Consulação senão
só qdo vos veijo pois já não sei a hora que
ha de ser da nossa
hunião q só asim o meu Coracão terá descanso pois a
minha
Vontade hera sempre estar a vossa vista
[6]
e não Estou
por
que não posso
[7]
Sabe Deos o que tenho passado com mi
nha Mãe pois agora
Já hela lhe não da remedio
ninhum porque sendo o dous Corações onidos ningem
lhe da volta.
[8]
Aseitará o Meu Coração
Saudozo que Só a vistas terão
os meus holhos descanço
[9]
Abismado de furor
Vive este Coração,
Nesta auzencia dilatada
Sem ter ComSulação
[10]
Tanta Magoa tanta dôr
Padeço continuamente
Que não poço lindo amor
Já de Si estar auzente
[12]
Se eu feliz de hum bem comsigo
Nesta amoroza afeição
Contente descançara
Meu Amante Coração
[13]
Ah Coração emfeliz
Que tanto tens sofrido
Alegra teu pençamento
Que hoje serás correspondido
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