PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

CARDS1509

1680. Carta de Pinheiro de Pazo para Manuel da Silva Pereira.

SummaryO autor descreve o período de seca e os problemas económicos que afetam Espanha.
Author(s) Pinheiro de Pazo
Addressee(s) Manuel da Silva Pereira            
From España, Madrid
To S.l.
Context

Manuel da Silva Pereira, que viria a ser sogro de Francisco de Melo e Castro, nasceu no Cadaval, freguesia de Nossa Senhora da Conceição, onde foi batizado. Era filho de João Gomes da Silva, mercador de panos que andava pelas feiras, e neto de jornaleiros. O pai tinha nascido em S. Miguel de Genezes, termo de Barcelos, fruto da união de Francisco Alvares, criado, e Maria Gomes, caseira do abade da freguesia, que era oriundo do Cadaval e a tinha daí trazido para que ela continuasse ao seu serviço. Ainda moço, João decidiu tentar a sorte na terra da mãe, onde veio a distinguir-se pela sua participação na administração municipal e na irmandade do Santíssimo Sacramento. A sua vida de feirante permitiu-lhe conhecer a mulher, Isabel, nascida no Bombarral, termo da vila de Óbidos. Dos dois filhos do casal, um, também de nome João, permaneceu na terra, mas o outro, Manuel da Silva Pereira, foi para Lisboa ainda adolescente. Terá sido aí que se tornou protegido do magistrado Duarte Ribeiro de Macedo. Sabia ler e escrever e mostrava-se “capaz de poder ser encarregado de negócios de importância e engenho”, embora não tivesse qualquer grau académico. Seria assim o seu fiel secretário, acompanhando-o nas suas missões diplomáticas em Paris (1668-76), Madrid (1677-79) e Turim (1680). Após a morte do diplomata, de quem foi herdeiro, seria nomeado Guarda-mor do Consulado da Casa da Índia. Cerca de 1685, quando residia na casa da Rua Formosa, freguesia das Mercês, casou com uma vizinha, Michaella Antónia da Silva, muito mais jovem e descendente de funcionários públicos em Portugal e em Espanha. Em 1693, requereu ao Tribunal do Santo Ofício que se fizessem diligências sobre a sua “limpeza de sangue e geração”, bom como da de sua mulher, pois queria candidatar-se ao cargo de Familiar do Santo Oficio. Neste processo de habilitações diz-se que o casal não tinha filhos. Assim, só depois disso terão tido uma menina, D. Maria Joaquina Xavier da Silva. Seria esta filha a estabelecer a ligação de Manuel da Silva Pereira à família Melo e Castro: Maria Joaquina viria a casar com Francisco de Melo e Castro, filho ilegítimo de André de Melo e Castro, 4º Conde das Galveias. Da sua união nasceram depois Manuel Bernardo de Melo e Castro, 1º Visconde da Lourinhã, e Martinho de Melo e Castro, diplomata, ministro e reformador da armada portuguesa no reinado de D. Maria I.

Fontes:

Faria, Ana Maria Homem Leal de. 2005. Duarte Ribeiro de Macedo, um Diplomata Moderno (1618 – 1680). Dissertação de Doutoramento. Universidade de Lisboa.

Faria, Ana Maria Homem Leal de. 2008. Arquitectos da Paz: A Diplomacia Portuguesa de 1640 a 1815, Lisboa, Tribuna da História.

Schedel, Madalena Serrão Franco. 2010. Guerra na Europa e interesses de Portugal: as colónias e o comércio ultramarino. A acção política e diplomática de D. João de Melo e Castro, V Conde das Galveias (1792 -1814). Tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Support meia folha de papel não dobrada escrita no rosto, há uma marca de água.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Arquivos de Família
Collection Casa dos Condes de Galveias
Archival Reference Maço 11, 5,2, Pinheiro de Pazo
Transcription Carlos Costa
Standardization Fernanda Pratas
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2010

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

Amigo e sr meu Rvi a de Vm com mto gosto pellas boas novas q Vm me da de sua saude e do sr Duarte Ribro cuyas maos beijo mtas vezes, eu a passo com meus apertos mas de qualque manra pa servir a Vm = O papel, ou recibo pra os martires de gota mandei pedir ao amigo q a fez imprimir e me mandou esse dizendo ja lhe não havia ficado outro, mas q mo mandava para q a pessoa q padeçia a puzesse por obra e q elle não havia tido outro fim senão comunicado pella caridade dos proximos e assi o remeto incluso = por não ay nada de novo mais q confuzão e mtas neçeçidades com a baixa da moeda, mas não dos preços da Vianda Deus nos socorra e se teme mto a falta de agua q ha tres mezes q não chove e fas temer mto hũa fome asiguro a Vm q se padece mto = Estimo o cuidado da linha, e bem folgara eu q Vm viera por aqui e a trouxera Se João Cabral esta no estado q Vm me dis não tem pr que dizerlhe nada Deos lhe de luz pa salvarse e gde a Vm mtos annos como dezejo de md a 28 de mco de 1680

Amigo e capvo de Vm Pinheiro de Pazo

Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textText viewWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewSentence view