PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

PSCR1533

1737. Carta de Teresa Vicência de Jesus Maria, pseudónimo de Teresa Maria de Jesus, para Ana Maria Teresa de Jesus.

SummaryA autora fala à destinatária sobre o amor de Deus e diz-lhe que, para ser santa, ela tem de sofrer.
Author(s) Teresa Maria de Jesus
Addressee(s) Ana Maria Teresa de Jesus            
From S.l.
To Portugal, Viana do Castelo, Mosteiro de S. Bento
Context

Esta carta encontra-se, juntamente com outras seis, no processo de Teresa Maria de Jesus, também conhecida como Teresa Vicência de Jesus Maria, presa pela Inquisição a 6 de Novembro de 1738 por fingimento de visões e revelações. Teresa Maria de Jesus era uma jovem muito beata, moradora em São Pedro de Rates, que dizia que tinha visões de Cristo e que este lhe falava. Ela fazia-se muda e só dialogava com o seu confessor, fazendo-se entender por gestos com as restantes pessoas, e dizia que tinha êxtases e que previa o futuro. Desde a Quaresma de 1737, Teresa Maria de Jesus estava a assistir na casa de Joana Luísa de Santa Clara e de sua mãe, no Campo da Feira em Viana do Castelo porque o seu padre confessor se encontrava a pregar naquela cidade e ela o quisera acompanhar, como sempre fazia, pois ficava doente quando se separava dele. Conhecendo a boa fama de Teresa Maria de Jesus, por a ter ouvido ao confessor desta, Josefa Maria do Espírito Santo, religiosa no convento de S. Bento de Viana do Castelo, chamou-a para a conhecer e, assim, a jovem passou a visitar as religiosas frequentemente, falando com elas por gestos através da grade da igreja. Josefa Maria do Espírito Santo contou que Teresa Maria de Jesus lhe enviara cartas, afirmando que Cristo a autorizara a escrever-lhe, e que, ao princípio, convencida da sua virtude, se sentira muito orgulhosa desse facto, trazendo as referidas cartas ao peito como relíquias. A ré trocara ainda correspondência com outra freira desse convento, Ana Maria Teresa de Jesus, que já a conhecia antes desta ter vindo para Viana do Castelo, pois tinha um sobrinho preso no Porto que, ao passar por S. Pedro de Rates no caminho para essa cidade, tivera conhecimento da virtude desta jovem e escrevera à tia sobre ela. As duas mulheres tornaram-se amigas, e Ana Maria Teresa de Jesus pediu a Teresa Maria de Jesus que encomendasse o seu sobrinho a Deus para o livrar da prisão. As duas continuaram a trocar correspondência quando ela foi para Viana do Castelo. Todavia, rapidamente as pessoas perceberam que tudo o que Teresa Maria de Jesus fazia era a fingir, uma vez que as suas previsões eram falsas e o seu procedimento incoerente com a virtude que proclamava ter (não jejuava, comungava sem sem confessar, etc.). A jovem foi então denunciada à Inquisição, quando já tinha partido de Viana de Castelo e se encontrava em Coimbra com o seu conselheiro espiritual. O confessor de Josefa Maria do Espírito Santo aconselhou-a a rasgar e queimar as cartas que a ré lhe tinha enviado, pelo que só restavam duas (PSCR1527 e PSCR1528), que ela entregou à Inquisição quando veio testemunhar. Também Ana Maria Teresa de Jesus entregou ao Santo Ofício cinco cartas da amiga (PSCR1529, PSCR1530, PSCR1531, PSCR1532 e PSCR1533), embora acreditasse plenamente na virtude dela. Teresa Maria de Jesus foi condenada a ser açoitada publicamente e degredada por três anos para Évora, sendo ainda proibida de regressar ao Porto, Braga ou Viana do Castelo.

Tem escrito no topo "Escrita à madre D. Ana Maria Teresa de Jesus religiosa em S. Bento.

Support uma meia folha de papel escrita numa das faces
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 2914
Folios 96r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2302846
Transcription Maria Teresa Oliveira
Main Revision Fernanda Pratas
Contextualization Maria Teresa Oliveira
Standardization Fernanda Pratas
Transcription date2016

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

J M J

Minha snra do meu coracao o amor de Deos arda e ferba na alma de vm e fasa mta santa pera o amar mto e pera lhe dar mta gloria ao mesmo snr que hele he tudo o q ha fora de Deos não presta e nada quem tivera mli coracãos pe com todos amar a este snr quem fora sr de tudo pera dar pelo Deos Deos amor amor eu estei mto consolada de por não ollhre pe astusas do demonio q hele asustado ha de ficar com quem h he q noso snr permite o isto pe padecer p porq nagem pede ser santa sem padecer vm dez mto padecer não por cer santa mas por dar gosto ha noso amor eu tenho a vm no meu coracão pe pidri a noso snr por vm e pelo sr seu sebrinho q noso sr lhe sista eu não poso mais acreber athe meu pai tor tronar porq indo hele be sei q fico sem nda poder nada vm me recomende a Deos q e seu perzente meu pai e me dise q fizese quiz e os sabonetes mandeio pe porrior as perti pe os de dente hoje quintaa fa feira


Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textText viewWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewSentence view