O autor escreve à Inquisição a denunciar Maria Gorjoa, de cuja seriedade desconfiou por ela ter regressado a Peniche.
Por via do amigo Amador da Cunha, como mais
segura, remetto esta a
procurar boas novas de
Vmce
q me venhão como as desejo. Eu, a
ds graças
passo com saude, certo sempre
ao servisso de Vmce
Por servisso de nosso
sr, e pa
obviar
ao prejuiso, q causa em hũa
Rep ver os maos
sem castigo pello menos os
q
publicamte são avidos
por taes, e tambem
porq se não possa diser
q nessa
Sta Casa podem padrinhos algũa causa, me pareceo
devia avisar a Vmce como Ma
gorjoa a cutilante
está nesta villa publica e patente a noticia
de
todos e nella pareceo averá seis, ou sete dias, confor
me se
dis e q veo de crasto marim,
por sinal, q deu
novas de hũa barca desta villa
q anda pescando
em
Faro. Estranhase mto nesta
terra a vinda
desta mulher, e q não cumpra o
degredo. Pello que
sirva esta de noticia a vmce pello pouco ou mto
q pode importar, estando certo,
q me move
somte
o zelo, e
juntamte o odio, q
tenho a gente tão preju
dicial ás almas, como he a fama desta boa
pessoa.
nosso snr
gde a pessoa de vmce
pa os aumentos q a
Vmce
lhe sei desejar
Peniche
4 de Mço 651
Cado de Vmce
Mcos
franco