Summary | Juan Antonio Álvarez escreve a um advogado expondo o seu caso e pede-lhe para o representar em tribunal. |
Author(s) |
Juan Antonio Álvarez
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Addressee(s) |
Estêvão Moniz da Silva Botelho
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From |
Portugal, Lisboa, Cadeia de Belém |
To |
S.l. |
Context | Os réus deste processo, Domingos João, Maria Joaquina, Antónia Rosa, Juan Antonio Álvarez, Gertrudes dos Prazeres, Gertrudes Rosa, José Barbosa e António Silvestre, menor de 15 anos (filho de Antonio Álvarez e Gertrudes dos Prazeres), foram acusados de falsificação de moeda. Juan Antonio Álvarez escreveu a Estêvão Moniz, letrado, relatando o caso de que foi acusado. Segundo o seu depoimento, um homem chamado Santa Caloma entregou-lhe umas notas que ele enterrou no galinheiro de sua casa, afirmando desconhecer que se tratava de papel moeda falso. O autor da carta era natural de uma vila na Estremadura espanhola e no seu texto há marcas de castelhano. No fólio 4, do terceiro e último caderno do processo, encontram-se dois exemplares de nota falsa que foram apresentados como prova. Neste processo da Casa da Suplicação, José Luis da Silva, negociante muito conhecido na cidade de Lisboa, foi referenciado como falsificador de moeda. |
Support
| meia folha de papel dobrada escrita em todas as faces. |
Archival Institution
| Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository
| Casa da Suplicação |
Collection
| Feitos Findos, Processos-Crime |
Archival Reference
| Letra D, Maço 7, Número 12, Caixa 19, Caderno [1] |
Folios
| 4r-5v |
Transcription
| José Pedro Ferreira |
Main Revision
| Cristina Albino |
Contextualization
| José Pedro Ferreira |
Standardization
| Sandra Antunes |
Transcription date | 2007 |
Snr Estevão Monis:
No Domino a note 28 de 9bro pasado foi meu filho Antonio Sil
vestre preso, por dois vilhetes falzos de
meia moeda papel: na segda
feira foi preza a mai Gertrudes dos praceres, e
na terça eu lhe fez
hum requerimto a fim de
eu provar de donde meti, digo a fim
de
eu pedir a soltura da mai e filho: o ministro corregidor de Be
lem pus
por despacho = faça certo o q diz o supte e q não são
de suspeita
os clausurados = na quarta fa di quatro testimunhas,
q abonarão minha conducta, e da minha
familia: em o mesmo dia
vim eu a Lisboa, e paguei o sello, e tornei para Belem: eu igno
raba a caza do escrivão, e foime
insinar hum oficial de Jus
tiza, chamado Franco a caza do dto esco: e em
presenca de este
mesmo Franco y huma mulher, q eu julgo seria criada
do esco
me dice o mesmo esco q elle o q precizaba
era de oito mil cruza
dos; e q si eu os aprontaba veria quam prontamte estaba
o meu
filho na rua: eu respondi, q não só não podia aprontar oito mil
cruzados, porem
q nem meio: e q si por dinheiro havera de sahir
meu filho
da cadeia, q então ficese estomago de estar sempre
prezo: então o dito oficial Franco lhe suplicou
por mim, e por
meu filho ao dito escrio e o escrivão respondeou, q elle podia
fa
cer tanto mal como bem: e q si eu era seguro, q muito mais
seguro era
elle: e q em taes cazos, o q se precisaba era dinheiro;
pasarão outras
razoes, e o resultado foi, q tornase eu na 5a feria:
fui; e fui prezo no
mesmo dia: advirtinto, q ja minha companheira
tinha sido solta, e libre:
Não me lembra em q dia foi, sahi
a perguntas: e respondi a ver
dade; qe foi esta = q Dn Manoel
Martins Sta Coloma tinha sido
lanzado
fora do Reino por ordem superior: e q tres, o quatro di
as antes de acabarselhe o tempo
veio a minha
caza o dito Sta Coloma, e es
tando eu doente de cama me entregou huma carta
fechada, da
grosura cosa de tres dedos, com
hum sobreescrito em fran
ces; e me pidiou emprestado o meu capote para me o tornar a tra
zer
quando viesse a despedirse: porem não tornou: e so sim recebi
huma
carta sua fcta entre torres em q me decia, q certos ac
contecimtos lhe não tinhão deixado
despedirse de mim: q me