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1561. Carta do padre Matias Bicudo Furtado para Lourenço Pires de Távora, embaixador em Roma.
Author(s)
Matias Bicudo Furtado
Addressee(s)
Lourenço Pires de Távora
Summary
O autor, residente no Cairo, dá cabais informações ao embaixador português em Roma: refere-se longamente a assuntos de política, viagens, comércio e relações pessoais.
aviso a vs da mta quantidade d espeçias q aos
o estreito os dous anos passados veo e se espera
ainda este, e quero crér q tanta copia como aquí
vejo vir não podera passar sem consentimto dos que
aqllas partes governão/ e crea ser mto mais do que
nas passadas tenho dito poq cada dia entrão neste cairo ca
ravanas do tór e cóçer e não trazẽ outra cousa que
espeçias e tenho sabido serem entradas d hũ anno
a esta parte neste cairo çínquoenta mil quintães
d espeçias de toda sorte e o mais hé pimẽta, cousa q
não sei eu se a vs parescera fabulosa/ mas já
pode sér que o q direi lhe dará algũa cór de verdade/
A renda desta speçia estava agora faz tres annos em
cem saccos (tem cada sacco seiçentos e vinta çinquo
cruzados) e de dous anos a esta parte arribou a
duzentos e çinquoenta saccos em tres anos/ e assi
A renda d Alexandria estava em trezentos saccos e
po causa da mta quantidade de pimẽta q na terra
há arribou a quinhentos saccos em tres annos/
ora veja vs esta puia a qual não seria se a
mta copia d espeçias não fosse, as naos venezea
nas q ao porto d Alexandria vẽ não levão outra
cousa q espeçias e se as não ouvesse nhũa entraria
nelle/ e o mesmo digo das de frança/ eu não sei a causa
por q s Al permite q os mercadores da india tratẽ
neste estreito pois disso lhe vẽ grande dãno// não
seria mto milhor q pois as naos q ao estreito vẽ partẽ
dos portos de s Al ou donde ao menos os podẽ obriguar
q s Al quizer ordenar q nhũa nao sob pena
castigo entrasse neste estreito/ e quẽ quizesse/