O autor comenta vários assuntos familiares, a carestia que se vive na colónia e a atitude de certos parentes. Agradece as lembranças enviadas, desabafa sobre o seu estado de saúde e refere o envio de açúcar para o Reino.
[1] | Novas deste Brazill são hirse consumindo o estado cõ esta negra
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[2] | bolsa, quãtdo achão assuquar de dous annos para o levarẽ pello preço
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[3] | que elles querẽ, andava os annos atras a quatro patacas E mais, E
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[4] | agora o levão por sinco tostois E menos arroba, E como he fazenda
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[5] | que se não pode guardar he forsa largala, não trazẽ fazendas
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[6] | nenhumas algũa vara de pano que apareceo de geito pedẽ a cruza
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do E pataca e mea, E o demais da mesma maneira apenas chegão
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[8] | os assuqueres a sse poder vistir a caza quer Deos, que nos não custa
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[9] | o trigo dinheiro o peixe tãobẽ, não falta carne tambẽ barata
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[10] | mas se com o trabalho dos negros, se não comprão outros en lugar
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[11] | dos que morrẽ acabace tudo o que não tẽ as fazendas dellla. novas
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[12] | de Julião não ha Caminho, para as saber, deve estar bem esquecido
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[13] | que tẽ irmãs no mundo, a Angola vão navios de boinos ayres, mas
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[14] | tambẽ aqui vierão os annos atras, E peçoas la da terra dentro
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[15] | onde o deixarão, E Conhecerão sabendo vinhão para ca, sẽ trazerẽ
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[16] | carta sua, mas darẽme novas como estava muito de assento, capellão
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[17] | de hũa Confraria das almas, E todos os seus sinais, E o que me disse isto
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[18] | he natural dahi bẽ perto pello zezere assima. disseme yu
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gara E perdera hum dia e parte da noite dinheiro cõ que se po
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dia comprar meo punhete. quando hia de Angola para boinos ayres
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[21] | chegou o navio a ilha grande que sera daqui, como dessa terra a Lis
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boa , E levando hũa encomenda, que lhe tinha mandado, nẽ isso qu
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is deixar a peçoa, que me conhecia, E a levou consigo E totalmente
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[24] | não veo a este rio ou a Bahia, por não fazer algũ bem a seus
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[25] | sobrinhos, E irmãos, que o chegarão a sser gente! Poucos dias ha
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[26] | que procurando eu por João Vicente ou peçoa que lhe levasse hũas
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[27] | cartas que muito depois das outras recebi que dizião no sobre escri
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[28] | to a meu cunhado Diogo de morais me derão huas novas, tais
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[29] | merecião meus peccados bem se parece Vm commigo nesta parte
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[30] | sabera Vm que sẽ temer a Deos, se cazou cõ hua viuva
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[31] | que tẽ pai E parentes todos os moradores na ilha grande onde vive
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[32] | o irmão, deitando fama que tambẽ era viuvo. Levei as car
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tas ao Vigario geral minhas, En que me encomendava minha sobri
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nha o fizece embarcar, E as duas da mesma fechadas para que
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[35] | as abrisse, E visse, E fizesse como pastor seu officio fi
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[36] | cou espantado E detriminado a o mandar vir prezo
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[37] | Eu hei de fazer minha obrigassão ainda que a justiças desta terra são da parte de quẽ mais da, assi seculares como Eclezi
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asticas . E tudo abafam mas não lhe rendo o ganho porque em o sabendo os parentes da molher, não sei se escapara cõ vida
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[39] | Leve minha irmã iste trago cõ paciencia Pois que Deos assi o premite do que nisto rezultar farei avizo na primeira ocazião
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[40] | Leva nosso amigo Lima hũa caixa de assuquar branco remetido o que der a Vm, cõ seu conhecimento elle fara o officio
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[41] | de amigo, en segundo lugar a Manuel Rodrigues Cabral cõ quẽ correrei daqui por diante, que o lima não tornara ca Vm par
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tira a metade do que render a caixa cõ suas irmãs Maria tristoa E Catherina lopes, E perdoẽ a pouquidade que a von
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tade he grande encomendẽme a Deos que he maior mimo que espero que enquanto elle me der vida cõ o que puder não faltarei a mi
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nhas sobrinhas escrevo 4 regras em recompensa das Largas relassõis que recebi a quẽ mandão sua tia E primas |
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