PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Facsimile Lines

1657. Carta não autógrafa de António Fernandes da Mata para a sua irmã Antónia Fernandes.

Author(s)

António Fernandes da Mata      

Addressee(s)

Antónia Fernandes                        

Summary

O autor comenta vários assuntos familiares, a carestia que se vive na colónia e a atitude de certos parentes. Agradece as lembranças enviadas, desabafa sobre o seu estado de saúde e refere o envio de açúcar para o Reino.
16v < Page 16r > 16Av

[1]
Novas deste Brazill são hirse consumindo o estado esta negra
[2]
bolsa, quãtdo achão assuquar de dous annos para o levarẽ pello preço
[3]
que elles querẽ, andava os annos atras a quatro patacas E mais, E
[4]
agora o levão por sinco tostois E menos arroba, E como he fazenda
[5]
que se não pode guardar he forsa largala, não trazẽ fazendas
[6]
nenhumas algũa vara de pano que apareceo de geito pedẽ a cruza
[7]
do E pataca e mea, E o demais da mesma maneira apenas chegão
[8]
os assuqueres a sse poder vistir a caza quer Deos, que nos não custa
[9]
o trigo dinheiro o peixe tãobẽ, não falta carne tambẽ barata
[10]
mas se com o trabalho dos negros, se não comprão outros en lugar
[11]
dos que morrẽ acabace tudo o que não tẽ as fazendas dellla. novas
[12]
de Julião não ha Caminho, para as saber, deve estar bem esquecido
[13]
que tẽ irmãs no mundo, a Angola vão navios de boinos ayres, mas
[14]
tambẽ aqui vierão os annos atras, E peçoas la da terra dentro
[15]
onde o deixarão, E Conhecerão sabendo vinhão para ca, sẽ trazerẽ
[16]
carta sua, mas darẽme novas como estava muito de assento, capellão
[17]
de hũa Confraria das almas, E todos os seus sinais, E o que me disse isto
[18]
he natural dahi bẽ perto pello zezere assima. disseme yu
[19]
gara E perdera hum dia e parte da noite dinheiro que se po
[20]
dia comprar meo punhete. quando hia de Angola para boinos ayres
[21]
chegou o navio a ilha grande que sera daqui, como dessa terra a Lis
[22]
boa, E levando hũa encomenda, que lhe tinha mandado, nẽ isso qu
[23]
is deixar a peçoa, que me conhecia, E a levou consigo E totalmente
[24]
não veo a este rio ou a Bahia, por não fazer algũ bem a seus
[25]
sobrinhos, E irmãos, que o chegarão a sser gente! Poucos dias ha
[26]
que procurando eu por João Vicente ou peçoa que lhe levasse hũas
[27]
cartas que muito depois das outras recebi que dizião no sobre escri
[28]
to a meu cunhado Diogo de morais me derão huas novas, tais
[29]
merecião meus peccados bem se parece Vm commigo nesta parte
[30]
sabera Vm que sẽ temer a Deos, se cazou hua viuva
[31]
que tẽ pai E parentes todos os moradores na ilha grande onde vive
[32]
o irmão, deitando fama que tambẽ era viuvo. Levei as car
[33]
tas ao Vigario geral minhas, En que me encomendava minha sobri
[34]
nha o fizece embarcar, E as duas da mesma fechadas para que
[35]
as abrisse, E visse, E fizesse como pastor seu officio fi
[36]
cou espantado E detriminado a o mandar vir prezo
[37]
Eu hei de fazer minha obrigassão ainda que a justiças desta terra são da parte de quẽ mais da, assi seculares como Eclezi
[38]
asticas. E tudo abafam mas não lhe rendo o ganho porque em o sabendo os parentes da molher, não sei se escapara vida
[39]
Leve minha irmã iste trago paciencia Pois que Deos assi o premite do que nisto rezultar farei avizo na primeira ocazião
[40]
Leva nosso amigo Lima hũa caixa de assuquar branco remetido o que der a Vm, seu conhecimento elle fara o officio
[41]
de amigo, en segundo lugar a Manuel Rodrigues Cabral quẽ correrei daqui por diante, que o lima não tornara ca Vm par
[42]
tira a metade do que render a caixa suas irmãs Maria tristoa E Catherina lopes, E perdoẽ a pouquidade que a von
[43]
tade he grande encomendẽme a Deos que he maior mimo que espero que enquanto elle me der vida o que puder não faltarei a mi
[44]
nhas sobrinhas escrevo 4 regras em recompensa das Largas relassõis que recebi a quẽ mandão sua tia E primas

Text viewWordcloudFacsimile viewPageflow viewSentence view