A autora gradece os queijos e uma água que vieram para os achaques do padre Francisco. Aproveita também para falar a Pedro Rodrigues Arvelos de assuntos devotos, pedindo-lhe ainda que destrua a carta depois de a ler.
[1] | 20 de 1756
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Meu mto querido sr Po Roiz Alvellos Primro e mais q tudo hey de
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[3] | mto mto estimar q estas achem a vmce e a ma snra Ma Thereza de jezus, e mas
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[4] | sras mossas todas com saude perfeita, e darme o gosto de o servir como dezo, e tenho
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[5] | obrigação, ao q não faltarey, e aqui me acho tão serta, como obrigda
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[7] | Os amantissimos Coraçõins de jezus, Ma, Joze Sta Anna, e S Joa
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[8] | quim assistam sempre nesta sua caza, e nos coraçõins de todos seus habitadores
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[9] | Meu sr Eu ouço, e vejo o q vmce me dis a respto dos 3 inimigos espero no mesmo sr q
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[10] | nos chamou, pois q somos chamados espero na sua summa bonde q sejamos escolhidos, e não
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[11] | sejamos, como muitos q forão chamados e não escolhidos, e elle como bom nos ha de dar forças
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[12] | e valor, e fortaleza pa vencermos a nossos contros commũns, e ao meu divino Menino
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[13] | Jezus da Porciuncula, vmce, e toda a sua familia se não descuidem de pedir instantemte
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[14] | q nos dê auxilios pa vecermos, e estes todos 3 ficarem prostrados, Pois elle he o nosso
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[15] | cappam valerozo pa nos ensinar, e sua snma May Ma snma da Piede, e seu Pay putati
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[16] | vo o sr S Joze, e a Sra Sta Anna, e o Sr S Joaquim, de cuja Geração nasceo este Sr
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[17] | pella Linhajem da humanide Eu comfio en todos; Comfiem vmces tambem pois
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[18] | a Sra S Anna nos prometeo o seu secorro, e o Sr S Joaquim o seu ampo; Eu
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[19] | bem vejo ja e ouço q aqla trombeta divina, q nossas mimas andava huas vezes tocando
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[20] | e outras falando, ensinandonos com doutrina mais incuberta e ja vai chegando a ora
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[21] | de cumprir a Profecia, pois vmce ja a baste tempo tem nota: vmce não se desanime
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[22] | com este meu dizer: comfie sempre nelle e pesão a sua May Sanma da Piede
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[23] | q eu tambem lhe pesso, q nos faça soldados valerozos, firmes, e constantes; espero
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[24] | nella, q vmces sejão huns daquelles, q entrem pella porta da Féé, Esperança, e Caride
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[25] | por a mta Caride q vmces todos tem uzado e obram com esta sua escrava, a mais vil de
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[26] | todas: Bem vejo q tambem ameassa essas minas, principalmte as do Rio das mortes
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[27] | e a Cide de Mariana, dizendo q qdo se voltar, como vizitador geral das provinçias
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[28] | q tambem os ha de vizitar, porq elles tambem o asoutarão; com tudo isto não se desa
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[29] | nime vmce, e comfie sempre nelle; sejamos perseverantes em pedir a sua mise
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[30] | ricordia devina q elle como sr, imflamado na caride e o zello, q tem da nossa
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[31] | Salvação, primro nos asoita, pa q não tenhamos desculpa dizendo q não sabiamos
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[32] | por isto faço a vmce esta pequena advertençia: O Reino de Portugal, q he
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[33] | nossa cabeça está castigado ja, e inda comtinuando nelle os amiassos: peçamos
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[34] | a Ds q o não acabe de destruir: suponho q os meus pecados são de tudo isto a
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[35] | cauza mais urgente: sempre he cazo, e novide digna de compaixam, e pa se sen
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[36] | tir, pois elle como pay, esta asoutando os fos mais mimozos, pa o dipois entrar com
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