O autor reconhece junto do inquisidor as suas culpas, manifesta-se arrependido e pede para não ser humilhado publicamente.
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Se eu por meus grandes pecados tenho asco de mi, e me
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[2] | aborreço a mi proprio: que muito he, que enfastiem
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[3] | cansem e enfadem às muito castas orelhas de VM e dos
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[4] | sres dous companheiros? porem pois VM tem officio de deos
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[5] | na terra com chave das maiores culpas, semelhese tam-
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[6] | bem mto a elle (como ja comigo o faz) no de q se elle
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[7] | maes preeza, q he na mta misericordia e mto condoerse: e
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[8] | poes ja tem em sua mão esta ovelha tão arrependida, cure
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[9] | ha com a brandura do bom pastor, e ajase não conforme
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[10] | aos merecimtos della para os quais he curta pena a do inferno
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[11] | mas conforme ao mto que Deos se paga de coraçoens bem
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[12] | contritos, qual eu entendo q está hoje o meu, e qual se pro
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[13] | curarei q o esteja sempre: e em todas as ratificaçoens e mais
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[14] | autos em q VM por sua fidalga e boa natureza, me puder
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[15] | conservar a honra e opinião, e não envergonharme: o
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[16] | faça. porqo será poerme n alma huns ferretes q nunca
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[17] | se borrarão e deixarme feito hum perpetuo pregoeiro
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[18] | dos mtos dotes e talentos q Deos depositou em VM e sera ulti
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[19] | mamte satisfazer às armas e escudos desse sagrado tribunal
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[20] | sendo nelle mto primeiro o ramo pacifico da oliveira q
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[21] | a espada ensanguentada. e gde ds a VM
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Lxa
4a fa 4
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[23] | De dezbro 1630
Vicente
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[24] | Nogueira
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