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1821. Carta de João da Costa, escrivão de fábrica de igreja, para Manuel Rodrigues de Melo, juiz-de-fora.
Author(s)
João da Costa
Addressee(s)
Manuel Rodrigues de Melo
Summary
O autor avisa o destinatário do facto de um preso perigoso ter sido reconhecido por algumas testemunhas que temiam falar mais com medo de represálias.
Text: -
[1]
Illmo Snr Doutor Juiz de
fora
[2]
Dezejamos a Saude de VaSa
igual a seu dezejo e hestes seus so
beditos ficão as Suas ordens no que
forem prestaveis
[3]
Illmo Snr
fazemos Siente a VaSa que no dia
vinte dois de Corrte foi chomado hum
ALmoCreve a Vista de Juiz desta Villa
para Se virificar dele Se Com efeito h
era o tal Estevão Longo o q estava prezo
em Alvito
[4]
hele lhe respondeu q Sim hera
o mesmo Estevão q o Conhoçera passando
hele pela Cadeia
[5]
e dos Seus Companheiros
forão tres a Vista do menistro Cujo os ma
ndou pello Seu merinho a Cadeia a fim
a Ver se heles Conhoçião o tal Estevão
[6]
desse
rão o merinho q heles não Conheçião
Semelhante homem mais depois q Sa
hirão de em Caza do Menistro falarão huns
Com houtros dizendo pois tu não Conhe
çestes
[8]
Sim Conheçei q hera Estevão Lon
go mais heu avia de dizer q hera hele
e Logo quando fouçe de Jornada pa Baçho
mediatamte me matavão
[10]
heste he
o motivo por q o não desCubrirão mais
[11]
Illmo Snr heste AlmoCreve os foi
a Vista de o Juiz Respondeu q heste
Ladrão o Nome q Deu o Menistro h
era q hele q se chamava Mel de
Jázus pois heste mesmo Nome m
andou hele em huma Carta a Mo
lher quando esteve preza pello Ju
izo da Correição porq o Mesmo Menis
tro o Sr Lemos lhe foi ter a Carta a Sua
Mão
[12]
e hele nos disse Se queriamos a
panhar o taL Estevão hera de pricar
para Lisboa e ter em Cautela quan
do fouçe hum homem o Corro pr
eguntar Carta em Nome de Mel
de jazus do ALgarve q hese mesmo
hera o Do Estevão
[13]
e assim VaSa bem
pode dar todas as providençias q heste
homem seja emviado a heça Cadeia
desa Sidade Logo q o Seu Crime foi
feito neste termo desta Sidade de faro
e houtros mais q neste ALgarve
tem feito
[14]
e juntamte Rombou a C
adeia desa Cidade e fugira
[15]
e juntamte
Ja foi degradado pa fora do Reino por
hano e dia
[16]
e tornando o Reino ter penna
de Morte
[17]
e neste Cazo esperamos os Va
Sa provindencas. histo q he para Se
gurala das nossas Vidas e de todo o Bem
publico
[18]
Se VaSa quizer imformarsse
dos tres ALmocreves q forão a Cadeia Ver
se o Conheçião foi os Seguintes Mel dias
garalheira do Sitio de São Romão termo
de LouLe freguezia de Sta Barbora e Mel
dos Cannos do Sitio da golda freguezia
de Sra Barbora termo de LouLe e Joze
de Souza Bruçho o mosso da freguezia
de Santa Barbora do Sitio dos Agostos
termo de faro
[19]
e he o q Se me ofreçe a
dizer a VaSa
[20]
Deste Seu Sudito o mais
oBidiente
[21]
em Meza de 23 de 9bro de 1821
[22]
João da Costa
Escrivão da fabrica
da Igreja Matris de olhão
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