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1764. Carta de Ana Maria da Costa para o seu marido, José Gonçalves,
marinheiro.
Author(s)
Ana Maria da Costa
Addressee(s)
José Gonçalves
Summary
A autora dá notícias ao marido e pede-lhe que volte para casa rapidamente.
Text: -
[2]
Meu rico irmãozinho mto amado e Do meu emfenito c esti
marei q estas saudozas Letras voz achem com prefeita saude
asim como o meu amor voz Dezeja pa que Da minha vez scrivaiz
e De toDoz De noza obrigasão que mto pronptos ficamoz pa em tudo
voz dra gosto
[3]
e não faltarei como irmã q mto voz quer e
ama e Dezeja ver o q espero em Dz e em sua mai santisima q voz
aveis De ser a repozta Desta pa alivio Daz saudadez em que vivo na
vosa auzensia e só a vosa vista espero alivialas e tera o meu co
rasão alegria
[4]
só resevi alguma qdo resevi as vosaz DezejaDas
letras que as estimei como prendas De soviDo valor em saver no
vas Da vosa vida e saude Da vosa prena e me dizeis ficaraz bom e sem
molestia na vosa prena
[5]
esa notisia me Da grande alivio pois só
Dz save a pena e cuidado q a vosa queixa e auzensia me deu emcomen
dadovoz senpre a Dz e a sua mai santisima Do rozario De noute e de
dia e com mtas emfenitas lagrimas
[6]
premeti a nosa sra Do rozario a pren
da Dos corais azurez q me voz deztez q se voz Dese saude q logo lha hia
pro
[7]
e asim como tivé crata vosa com tão bomas notisiaz logo a foi
pro no braso De nosa sra poiz a mereseo pro tão grde milagre q me fez
e haver livre De prigoz e me Deixe a vosa vida para meu inparo
[8]
e savereis tenho tomado mta paixão meu rico irmão pla vosa molez
tia ser na tera alheia q se fora na ma compa menoz a sintiria pois
trataria De voz como o voso amor merese e eu tenho De obrigasão
[9]
porem
nosa sra Do rozario he milhor emfremeira Do q eu
[10]
eu a ela voz emtre
guei e emtrego ela voz traga mto seDo a ma vista e pa anbei lhe
hirmoz rendre as grasas plaz mersez e favorez q noz faz
[11]
só me a
Demira meu rico irmão asim como voz achaztez com milhoraz não vi
rez logo pa esta terra q ese hera o me
u gozto
[12]
ese hera o meu gozto e fico com mto sintimto em me dizerez hiaz pa
a cozta Da mina
[13]
só Dz save no suzto em que fico pro ser terra prigo
za e Doentia
[14]
nosa sra Do Rozario noz governe a todos na sua Divina grasa
e voz Dé saude e vida
[15]
e voz peso plo amor De Dz se vierez em paz
voz não troneiz a rizcra e vinde pa caza como espero sem falta
com mto ou pouco q noso sor voz Der
[16]
ele noz ajudará q eu estimo maiz
a vosa vida Do q quanta conviniensia pode aver
[17]
e estimarei q duaz
camizas q voz mandei voz chegasẽ a mão maz se não chegasẽ será prego
na ma pasiensia
[18]
savereiz q az mandei a presa e tanto a presa forão
feitas que toda huma noute cozi so plas acavar e az dei o verisimo
Do camacho maz qdo chegou a Lxa. ja não achou lugra
[19]
mandoume dizer az
remeteraz pro pesoa sreta maz pro nome me não Dise qm era o que
mto sinto se volaz não Derõ
[20]
ficarez voz DezeromediaDo mas esa culpa
não tenho eu
[21]
bem saveis como aqui explico a ma Deligensia e mta maiz
me merese o voso amor
[22]
e preDoaime meu rico irmão Nezta frota não
mandra alguma couza mas he proq ezpero pro voz sem falta
[23]
e
savereiz que cazou noso irmão com a maria De Lente e ja tem hũ fo
pro morgado
[24]
e noso sor tambem a seu tenpo noz há De Dra algũ em grasa
sua pa ma compa
[25]
e nesa esperansa fico poiz me não poso ver so entre
duas pareDez chorava De noute e De Dia cuidando fora criada entre tan
ta gente e me via só
[26]
porem senpre hia com saude na esperansa De noz ver
moz mto sedo maz meu rico irmão Deime huma grande molestia De q
só não podia estra
[27]
foi pa caza De nosa irmã maria pa tratra De mim
e la levei sinco sangrias e algumas couzinhas mais q forão nesesarias pro
ordẽ Do sorgião
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porem agora ja ando boma grasaz a Dz
[29]
e seDo faz hũ ano
q da nosa caza sahi e inda estou com ma irmã pro não estra só esperando pro
voz
[30]
intão hiremoz pa Donde voz quizerez
[31]
e savereiz q foi Dz sreviDo le
vra voso sobrinho fo de mel rodriguez De hũ suseso e Dezgria grde
[32]
estando ca
regando huma ezpingraDa se lhe Deparou pro huma mão e lha levou cazio toda
e o sorgião lhe arou
[33]
a cura foi cauza Da sua morte
[34]
noso sor a todos livre De
maz susesoz mas tudo seria vonte De Dz
[36]
e voso cu
nhado mel rodriguez voz manda mtaz saudez e q De az mes
az mezmaz o seu fo e lhe Digaiz q lhe escreva pois se tem ezquesiDo Dele
[37]
e De noso pai e De nosaz irmãs ms
irmãos mts e De toDoz De nosa obrigasão aseita emfenitaz saudadez e az minhaz comvozco Não tem
fim
[38]
Dezta vosa irmã q mto mto voz quer e ama e Deza ver frime emthé morte Ana Maria da Costa
[39]
hoje quintam quinze De marso
[40]
meu rico irmão mto me aDemira
não me falarez na tua crata
em noso tio Luis anto
[41]
fico ma
ginando q teras mandase ele
Dizer alguma couza q a
gravase que iso sintirei eu mto
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maz tu bem savez meu rico irmão
q esa clupa não tenho eu
[43]
o q eu Dezo
hé verte e o mais cada qual como em
sua caza se tem quẽ e eu não me inporto
senão a Deoz i mazi a ti
[44]
ele te traga mto sedo a ma vista
[45]
Verissimo do Camaxo na soma ca qui vay pa
imgola esta metendo pipaz
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