PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

PSCR0276

1666. Carta de Brites de Sequeira para o seu irmão, Fernão Vaz de Sequeira, mercador.

SummaryA autora conta ao irmão como ela e os familiares passam em Lisboa e mostra-se aborrecida com a cunhada.
Author(s) Brites de Sequeira
Addressee(s) Fernão Vaz de Sequeira            
From Portugal, Lisboa
To Portugal, Évora, Portalegre
Context

Este processo diz respeito à ré Isabel de Leão, cristã-nova, natural de Estremoz e moradora em Portalegre (Évora), esposa de Fernão Vaz de Sequeira, contratador, presa por culpas de judaísmo e de relapsia, em 1671. Filha de Manuel de Leão e de Mécia de Leão e irmã de Maria de Leão e de Violante Rodrigues, tinha uma filha, Violante, com 2 anos e meio.

A ré estava em casa de António Fernandes da Costa quando foi presa; declarou saber ler e escrever (fl. 82r); conseguiu livrar-se de castigos por dizer que estava com achaques num braço. No entanto, foi condenada a abjuração em forma e a cárcere e hábito penitencial perpétuos, instrução, penitências espirituais e excomunhão, tendo depois sido reconciliada.

Manuel Gomes de Sequeira, autor da carta PSCR0278, era seu cunhado, irmão de Fernão Vaz de Sequeira, e sobre ele declarou a ré que lhe tinha roubado de casa umas armas de el-Rei que o marido mandava fazer para enviar para Lisboa, e que escreveu ao marido a contar o sucedido, pelo que este mandou que o irmão fosse para Lisboa. Por esta razão, o cunhado ficara-lhe com ódio e enviara a referida carta, ameaçando-a e desonrando-a com insultos. Manuel Gomes de Sequeira foi preso por culpas de judaísmo.

A ré disse ainda que as suas cunhadas, Brites de Sequeira e Francisca Gomes, solteiras, estiveram um tempo em sua casa, em Portalegre, e que lá se afeiçoaram a dois dos principais homens da cidade, Bartolomeu Barreto e Pedro Pinto, com os quais se falavam e escreviam. Sabendo disto, o marido da ré mandou que o pai as fosse buscar e as levasse para Lisboa, pelo que ambas culparam à ré, escrevendo umas cartas queixando-se dela. As cartas foram remetidas ao juiz de fora e estavam relacionadas com o artigo 15.º das contraditas (descrito em fl. 293r): "Duas cartas de sua cunhada Brites de Sequeira que escrevia a seu marido e a sua filha Violante de Sequeira que estão em poder de António Fernandes da Costa".

Support meia folha de papel dobrada escrita apenas no rosto.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Évora
Archival Reference Processo 1218
Folios [345a]r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2363216
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcription Leonor Tavares
Main Revision Raïssa Gillier
Contextualization Leonor Tavares
Standardization Raïssa Gillier
Transcription date2015

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

A meu irmão o snor||senhor fernão vas de siqra||siqueira gde||guarde deos ese pesquin manda mel||manoel de siqra||siqueira a vm que he dos mtos||muitos que se qua quiserão

Meu irmão e snor estimarei ache esta a vm com perfeita saude em companhia de todos os mais que acham feito o que lhe avizei que a carta a tempo chegou do que pode ser dis vm que foi descudo de o eu não percurar não foi pro seto que do dia que fui ver ancira o perguntei e despois diso mandei la mtas vezes não mo diserão senão na ora que avizei eu não poso obrigar a nigen a que fasa o que não pode e de me contentar com o que puderen e querem, todos ficamos com saude e marcos ja melhorado meu pai que não escreve porque por ora não pode que anda com seus emfados do tempo vm lhe dis na sua que nos não de tam larga lisensas ele bem sabe pera donde as dar o a quem as dar nos aquela vinha não fomos sos que ele foi o pro que nos acompanhou e manoel de siqra e sua molher e minha tia brites de siqra a caza de huã pesoa donde se pode contar sem escupulo se a vm isto lhe parese mal não tem pera que que nos ja não estamos em portalegre donde não entramos nas ingrechas por nos não verem estamos em lisboa donde avemos de ser aquilo que for licito sem ofendermos nosas pesoas que ja sabemos o que nos convem vm não que eu escrevese quatro galantarias a violante dandolhe conta do que qua pasava por ter que lhe escrever agora o não farei mais que pera saber de sua saude que não quero que meu pai saiba as bestidades que eu escrevo agora lhe diga vm que o não faso por ser di noite estar mto molestada que para a somana o fazer se deos for servido e gde a vm como pode a todos me recomendo esa carta me mande vm a prima que me dis que a somana pasada a não teve eles todos vão no maso de vm.

Lisboa 9 de outubro 1666 irmã de vm brites de siqra

adevirto a vm gironimo pireira


Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textText viewWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewSentence view