A autora expõe diversos factos que teriam movido certos inimigos a denunciarem à Inquisição uma freira do seu convento, e defende-a quanto à identidade do seu progenitor.
Os dias pasados levarão pa esa sidade por ordem do santo ofso
a huã freira desta caza por nome ma dos amjos, q de idade
de quatro annos veio pa ela, pelo cargo q tenho é pelo
bom soseso q lhe dezejo ē onrra desta Relligião
inda q não he nesesario fazer semelhantes lem
bramcas: sofra vm o trabalho q padeser ē ler sta
por me fazer m, esta freira não se dava bē
cõ a gemte de nasão e teve mtas deferemsas cõ
duas filhas de lopo dias q tãobē forão prezas
e lhe tinhão odio e o mesmo lopo dias e seus filhos
luis da cunha e paulo lopes da cunha: por as não
tratarem: e deles teve mtas ameasas pela sospeita
q tem de ela avizar do dro e pesas q escõdidas
tinhão: senpre foi tida por sospeita deles e por
inimiga desta gemte: e como se conhesia soa mai
ser cristam velha e seu pai o ser: e por credito
de sua mai q depois de cazada a ouve de hű
fidalgo bem omrrado não descobria quem era
seu pai; couza de q ha mtas testimunhas nesta sidade
omde naceo, e nesta casa omde se criou, q sendo
nesesario darei hű Rol delas, e de como sua mai
viveo senpre cõ pouquo gosto pelo agravo q tinha
feito a seu marido, pelo achar vindo de fora
da tera onde esteve mto tenpo, cõ a bariga a boca,
e na ora da morte lhe mandou por seu cõfesor hű es
crito ē q declarava quen era seu pai ē
e q se podia ter, desculpome cõ vm destas ē
o cudar q não podera aver q dovide de couza
tam clara e serta como he a nosa santa fee ē
q inimigos fasem muitos males, noso sor gde a
pesoa de vm por largos annos como pode
do porto e de monchique
oie deradeiro d agosto da
era de mil e seissentos e desanove