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[1542]. Carta de Manuel Serrão, mercador, para Mécia Gomes, sua mãe.
Author(s)
Manuel Serrão
Addressee(s)
Mécia Gomes
Summary
O autor responde, ponto por ponto, a todas as perguntas e notícias que lhe tinham chegado numa carta da mãe. Fala sobretudo de mercadorias e de dívidas. Queixa-se também, com azedume, da falta de apoio que o pai lhe dá nos negócios.
pdese segumdo o mto tro q ca dyzẽ que foy ds
E deses agastamẽtos q vm tẽ pr dever a dio d almeida 280 mill rs
e dyz que nã tẽ tãtas fazẽdas pa tratar ãtes me pareçe a mỹ q se
nã deve de symtir yso ymda que lhe meu pãy deva a outro tãto
p ysto que lhe derã muyto grãde casamẽto asy seu pãy como vm
mas como dyz he cryado ẽ çiviledade he nã e fo verdade he esta q
jorje serão ds o goardease de doer pr força de nosas cgusteas he
se as puder remedear c a alma o fara dyseme este trystã de me
neses q estava muyto bẽ c ele ãrique machado e que lhe pres
tava dros cada vez que os queria e asy me dyse que morera a cas
telhana ds a pdoe e que p sua morte levarã hũs cofres de fzda a
casa de jorje serão e mays q la se dizia que casarya estevão
gzl c a outra fa de ãriqe machado provese a noso sor q fose
asy e ãtes oje que amenhã nã sey se me dyse ysto po se cgra
çar comygo escrevame vm tudo prq ymda q eu tenha payxões
e desgostos ẽ saber que meus irmãos estã descamsados he a
sua vomtade levo eu muito ctẽtamẽto e poys noso sor qys
q eu soo naçese pa trabalhos que aja paçiẽçia e ctudo lhe dou
ymfinitos louvores.
çertamẽte q vm tẽ mays rezão de ter paixão de me não poder V jumto de
sy que de nã pagar o que deve a seus fso q yso cousa he qu ãdãdo
o tẽpo se fara que lhe juro a noso sor que me pareçe que nũqua
os ey de ver segũdo mynhas cousas vão q mays qr meu pãy
que pr toda sua fazẽda ẽ almoeda e vẽdela po me desẽpenhar
e ter jũto csygo que se tevera fsa pa casar nã lhe acselhara
tall cousa ou tãbẽ se a fazẽda nã basta pa pagar o q eu devo
farey o que fez o filho de fernã royz do mte que a deradra oytava
de pascoa se fugyo desta villa pa Italya po dyvedas e ẽ
tres anos pdeo 25 mill cruz que seu pãy nã lhe deue nada ãtes
despoys de estar pdydo lhe mãdou seu pãy doze mill cruz q
de 4 mill e aqy na tera ficou devẽdo bẽ dez mill cruz e foise
pdydo por ese mũdo e fica agora seu pãi pdydo cheo de filhas
este dyria eu que deytou a pder seu pãi que lhe tyrou de sua fzda
doze mill cruz ẽ dro de comtado nã lhe devẽdo seu pãy hũ reall
mas o coytado de mỹ que a doze anos que trabalho como mouro he
sẽpre me tẽ meu pãi debayxo ẽ seys oyto dez 20 mill cruz
e eu nũqua lhe devy dro despoys que qua estou ou ele pagou
allgũas pdas q eu tyvese oxalla me pagase as mercadras
e ẽtereses que po ele pagei e o que liquidamẽte me deve q
eu me hiria logo desta tera c minha homra que posto que
dyga que tynha 20 mill cruz coãdo vỹ pa qua eu sey bẽ como os
tynha que pa me dar mill cruz que trouxe ẽ se nã fora dro de fernã
mẽdez que os suprio nã os pudera dar e bẽ sabe vm que nũqua