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Maarten Janssen, 2014-

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1737. Carta de Domingas Rodrigues para o seu marido, Luís dos Santos, carpinteiro.

Author(s)

Domingas Rodrigues      

Addressee(s)

Luís dos Santos                        

Summary

A autora critica o marido por não voltar para casa, afirmando que ele terá pouca desculpa. Por isso mesmo, recusa enviar-lhe o linho que ele lhe havia pedido, até porque, segundo sabe, ele tem vivido "limpo e abastado".
Page 10r > 10v

J M J Cercoza 18 de m de 1737

Meu Rico Primo Resebi a Vossa Carta q estimei mto por nella Ver tendes saude Ds Vola aumte pa lhe fazeres mtos servisos e a min mos.

A minha gracas a Ds he boa hesta se aumenta com a esperança de vos ver e o mesmo sor me dilata a Vida e desvia da morte q não chegue pla sua devina mizericordia por talves me querer salvar dandome nesta Vida o meu porgatorio nas penas q padeso por voso Respeito: porq quem tem amor não o perde. e se o perde nunca o teve. fallo pois o meu amor esta sempre numa prepetua sentinella Vendo coando chegais a renderme desta cançada aflicão trabalhos baldados e penas cada ves mais: pois ve-jo os annos se pasão as frotas comtenuão em vir e vos tãobem continuais em me matar: pois nunca chegais: dandome a emtender q tendes perdido o amor a Vossa Patria e parentes tão bos e honrados como tendes pois Vos e nos samos os milhores deste- povo e não temos q resiar de q outrem nos fassa sombra sem embo de saberes tudo isto Vos deixais estar= no descanço dessa negra terra pa min pois tenho reparado q nella nunca tivestes maes q fosse hum assobio q mandares a hũa parenta q tendes de pouca idade pa mim mta pois tinha nasido pouco tempo antes q vos fostes e he a cauza porq de lhe chamar negra terra pa min: se he assim pa vos tirarvos della pois não tendes hum sinal de amor pa os vossos parentes: tiraivos ja della e vinde pa onde nasestes que donde vos conhesem honra vos fazem: e inda me pedis pano de linho não comvem mandallo o achareis qdo Vieres e a rezam de volo não mandar he q como he fiado a saliva da boca não quero se me fasão algũs feitisos pa me matarem: a justificacão q me pedes não vay- porq eu sou molher e não a ei de hir tirar nem tenho qm o fassa podeis tiralla q me dizem ha mtas peso



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