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1602. Carta de Gastão de Abrunhosa para Nicolau Agostinho, secretário do Santo Ofício em Évora.
Author(s)
Gastão de Abrunhosa
Addressee(s)
Nicolau Agostinho
Summary
O autor declara ao seu amigo e secretário da Inquisição que a prisão de seus primos, acusados de judaísmo, é uma injustiça. Diz que vai procurar justiça fora do país e dirige várias críticas à Inquisição e aos denunciantes da sua família.
Suposto como he verdade infalivel tanto que não ha nen pode
aver mor verdade que esa mizera gente foi destruida e des
honrada cö falsidades e aleives os quais martin afonso e
jorge de mello puderão aclarar antes de se formarem
como me consta e dahi me naseo tamanha infa
mia e deshonrra que nen os inquizidores nen el rei
nen o papa me pode restituir b me rezumi
a com mtos trabalhos e todos os riscos da vida
cuidados e não cuidados trabalhar por me igualar
com a injusta potensia e lugar que o tempo
lhes deu o como e por donde isto alcansarei não
estou ora rezumido so de minha parte ofereso
o trabalho e risco da vida e ds dispora se for servido
porem o que afirmo e sei ser tão serto e imfa
livel que não poder aver no mundo mor verdade he
que mta rezão tinha jorge de mello pa saber
que se alexandre hera herege não podia ser comuni
calo com os fos de joão ribeiro por a diferensa das
calidades ser trato comunicasão e idade tanto que
afirmo não saber alexandre os nomes proprios a estes
e isto devião inquirir e saber os inquizidores antes de aseitar
a esguichada dũ perro destes de quẽ en rezão e justisa
se pode cuidar que por ver todos como asi e ali vir