Lourenço Mourão escreve ao seu tio a denunciar umas curas que Catarina Margarida andou a fazer em sua mulher e criados.
[1] | Tyo serurgião q a ensinara a fazer
enplastos, e remedios, faz fumos
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[2] | a gente e as cazas, e loges com inçenço,
imxofre, alecrim e loureiro
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[3] | salva ruda,
artemige, açintro, sal, e sera e q se ponha de
ca
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[4] | da lado das portas principais das cazas sua silva macha. e vai
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hua noute de sabado das des
pa as onze horas ao Campo tocar hua
canpainha
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[6] | e leva as tranças das pernas, e a fita dos calçois dos homens, e das
mers o cor
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[7] | dão, e attilhos das saias, e prende isto o
vadallo da Campainha qdo
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[8] | a toca, e dahi corta
tudo com hua tizoura mto miudo, e o enterra ali
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em hua buraca, e dis então q as Bruxas as amofina
nisso e hão de hir
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pa o inferno q nisso
desfazia os feittiços. e na noute de
mesmo sabado vai á
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[11] | segunda pouza do
gallo a duas ou tres inCruzilhadas, com as pessoas
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q tem mal, cemeada hua dizem huas oraçoes, e leva
pa cada pe
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[13] | ssoa hũ arco de hua
silva macha com os picos cortados, e meteo pella
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[14] | cabeça, ate o chao, e dahi se
tira a inpia delle saltando pa deante, e
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[15] | fazem
tres couzas com elle na terra, e vaiçe pello meyo dellas
pa de
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[16] | ante. e diçe boas pallavras e
q fiquem naquellas emCruzilhadas
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[17] | bruxas,
e feiticeiras etc e q sem olhar
pa tras se vai a gente por outro
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[18] | caminho.
e diçe q se arnega o Demonio, e Renunçia o Pacto, e
aBre
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[19] | nuçio arnego o demonio Jezus cristo. e atiraçe na ultima o
Ar
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[20] | co da silva pa tras das costas, e
q assim ficavão desfeittos os feitiços
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[21] | e
dezia tinha medo de ir o sto offiçio outra ves não
queria que
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[22] | a denunçiaçe e diçe lhe chamavão caterina Margarida
nal
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[23] | do Alentejo. e
lançava enplastos pa a espinhela da botica
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mandava vir os remédios, e pa tudo dezia era
intendida, e todas
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[25] | as Pessoas se achavão logo milhor e
ma
mer se achou logo bem
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[26] | e sua
cra chamada Luiza
nal de Campo, mas hũ
Cro
Clemente
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[27] | não se achou bom. eu sempre não estava bem inteirádo de
q
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[28] | tinha obrigação de dar
pte, maz Lá desconfiava da
mer inda que
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[29] | pareçia boa mezinheira, e
com o caco dos fumos fazia cruzes, e de
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[30] | zia oraçois, e os fezia deitar
as Pessoas qdo se defumavão e pareçião
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[31] | sempre soube de certo tinha obrigação de
dar pte em 30 dias assim a dou
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