O autor denuncia a Dom Miguel os planos revolucionários de Cândido de Almeida Sandoval e presta-se a espiar pela parte do soberano.
[1] | huma iniqua vingança, já
perpendiculares so
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[2] | bre tão illustres Victimas? Não se faria elle
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[3] | cumplice imprudente de
semelhante attentado, e
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[4] | por consequencia digno dos maiores castigos? Tal
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[5] | he,
Serenissimo Senhor, a situação em q me
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[6] | colocou hum desses acasos de q a Providencia
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costuma servir-se para destruir os planos da
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[8] | quelles q se conspirão contra os seus
ungidos:
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[9] | e tal he, Senhor, o motivo q me obriga neste
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[10] | momento a desprezar todos
os perigos, para sal
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[11] | var delles os meus soberanos, e a minha Pa
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[12] | tria: como
Vossa Alteza podera collegir da nar
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[13] | ração seguinte:
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[14] | Antigas transacções
promovidas pela mi
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[15] | nha occupação, me fizerão conhecido de Candido
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[16] | d' Almeida Sandoval, a
quem sempre tratei
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[17] | (segundo meu caracter) com urbanidade, e fran
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[18] | queza. A moderação, e
prudencia q elle sem
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[19] | pre observou nas minhas conversas: a decaden
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[20] | cia em q elle vê
a Arte typografica (para a
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[21] | qual parece favoravel o systema subversivo),
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[22] | forão outros
tantos motivos q o movêrão a ten
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