O autor dá notícias sobre diversos acontecimentos, factos para os quais pede ao destinatário o máximo silêncio. A primeira parte da carta é dedicada à situação da casa do senhor Mendo Fóios, onde se encontra um mordomo-correeiro pouco sério.
[1] | bom fidalgo
porem não sabe
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[2] | governarse da porta para den
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[3] | tro, pelas rezois q direi.
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[4] | Primeiramente o seo Mor
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[5] | domo q he o corrieiro
he o
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[6] | descredito desta caza, porq
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[7] | faz ofiçio de Mordomo, faz
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[8] | Ofiçio de comprador, faz
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[9] | Ofiçio de pagem pegando nas
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[10] | tochas, e indo
comprar a car
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[11] | ne o asouge, e o pexe a prasa,
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[12] | e o q pode furtar furta e o em
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[13] | via a putas: os outros dois
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[14] | gentis homens q
trouxe são
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[15] | pagens, e são gentis homens
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[16] | porq tomão as tochas com ca
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[17] | pa e espada, servem a meza
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[18] | Levando a comida com capas
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e o corrieiro tambem faz o mes
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[20] | mo e serve a meza e leva os
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[21] | pratos com capa e hua noite
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[22] | foi alumiar ao sor Conde
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[23] | de
Oropeza com hua vela: finalte paramos deste Corrieiro murmarão
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[24] | todos e não so castelhanos, como portuguezes do descredito da caza, e he
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[25] | tal q manda pedir pais paens emprestados a vezinhança pera por ao
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[26] | senhor na meza
a horas de comer: os Lacayos zombão dele, porq di
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[27] | zem q hu corrieiro não he pessoa para os poder mandar, e todos cla
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[28] | mão pello sor Duarte Ribeiro e por Vm , e não so os Lacayos como
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[29] | a vezinhansa: o sor Mendo foyos ia sabe
alguas couzas delle, e ia o
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[30] | ouvera emviado para Portugal se não fora hum frade q aqui esta
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