O autor dá notícias sobre diversos acontecimentos, factos para os quais pede ao destinatário o máximo silêncio. A primeira parte da carta é dedicada à situação da casa do senhor Mendo Fóios, onde se encontra um mordomo-correeiro pouco sério.
[1] | desculpa. a sala sempre esta
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[2] | fechada não se abre senão
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[3] | quando vem algua vezita, e
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[4] | quando vem a vezita andão
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[5] | buscando quem tem a chave
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e não parese nenhum, e a ve
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[7] | zita aguardando, e elles me
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[8] | tidos todos em caza da taba
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[9] | queira, porem sabendo o sor
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[10] | Mendo fojos
hu dia destes o q
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[11] | pasava em caza da tabaquei
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[12] | ra, e me parese q hum se
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[13] | afeiesou a filha q receando
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se cazava com ella, mandou
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[15] | q nenhum entrase la mais,
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[16] | nem de caza da tabaqueira vie
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[17] | sem aqui, e q se viese alguem
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q lhe desem com hu pao, com
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[19] | q ia não vão, menos o corrieiro
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[20] | q a furtadelas vai. fora obra
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[21] | boa se se lhe puderão
tirar de
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[22] | caza este corrieiro isto so
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[23] | sua Alteza lho podia mandar.
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[24] | hum dia foi o corrieiro
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[25] | comprar carne e entrou no asouge a cavalo,
o q não se acostuma ca, os
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[26] | carniseiros q tal virão derãolhe hua surriada e elle apunhou a espada,
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[27] | e perguntadolhe quem
era soubese q era Mordomo do sor Mendo fojos, e
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[28] | o senhor Mendo fojos soube disto, e desde q o soube numca
mais o levou
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[29] | no coche consigo. com o que a vista disto não se fala em outra couza
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[30] | mais q no governo do sor Duarte Ribeiro,
e de Vm, e na sua modestia
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[31] | todos a hua boca, crea Vm q estas dezordens desta caza tem dado
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[32] | mayor credito
Vmces, q sem embargo q ficarão em bom credito
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