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Maarten Janssen, 2014-

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1833. Carta de António Anacleto de Seara, tenente-coronel de engenharia, para Vicente António da Silva Correia, brigadeiro.

Author(s)

António Anacleto de Seara      

Addressee(s)

Vicente António da Silva Correia                        

Summary

O autor, que enviuvou recentemente, conta ao destinatário como sofre pela morte da mulher. Dá também notícias sobre as lutas liberais.
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[1]
Exmo

[2]
Amigo do C Afinal vereficou-se o que eu tanto
[3]
temia, ja não existe minha Mulher a qm tanto
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amava!! Eu estou conforme com os Decretos da Provida
[5]
agora ja não he remedio, ella não seria victima se
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eu tivesse chigado a Lxa a tempo de a poder salvar,
[7]
mas esta dura Ley Militar, foi o seu assassino,
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e Ds queira não faça ainda mais victimas.

[9]

Ah meu amigo sofrêr tanto com

[10]
huma doença tão impertinente e doloróza, estar a
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inda convalecendo, e seportar, sobre tudo isto, hum
[12]
golpe tão factal pa mim, e ainda viver he não
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ser chorão e babão.

[14]

Os meus cuidadosdesvelos agora se empregãosão sem ha

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rotina, sua May nos ultimos instantes a recom
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mendou aos meus cuidados, não hera precizo, eu sei
[17]
quaes são os meus deveres; mas coitada qual não tem
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sido tambem a sua aflição, a perda de hu
[19]
ma May amiga e estremoza, a lembrança de
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não ter outro amparo, senão o meu, que lhe pode
[21]
faltar, faltando-me a vida; o desemparo em q
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ficaria então; tudo a deve atromentar, e fazella
[23]
digna de compaixão: estes poderózos motivos, espero q
[24]
sejão capazes, de animar-me e fazer com q não se
[25]
cumba a huma dõr tão aguda; o meu estado de
[26]
saude he ainda percario, he precizo que a razão

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