PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Facsimile Lines

[1542]. Carta de Manuel Serrão, mercador, para Mécia Gomes, sua mãe.

Author(s)

Manuel Serrão      

Addressee(s)

Mécia Gomes                        

Summary

O autor responde, ponto por ponto, a todas as perguntas e notícias que lhe tinham chegado numa carta da mãe. Fala sobretudo de mercadorias e de dívidas. Queixa-se também, com azedume, da falta de apoio que o pai lhe dá nos negócios.
[2]v < Page [3]r > [3]v

[1]
me mãdou fazẽda que viesẽ logo Las de cambio tras elas e eu
[2]
mãdar todo mũdo de mercadras foy ele nũqua poderoso pa ter qua
[3]
tres myll cruz de deposyto como outso e poque eu ẽtẽdo tudo yso
[4]
escusado to de dyzer que o deytei a pder deytouo a pder seus
[5]
descuydos e ser pa mercador como vm dyz que se me ele
[6]
ajudara como eu fazia cayrase ẽtereses nẽ estyveramos
[7]
pdydos da maneyra q estamos dygo ysto a preposyto do q dyz
[8]
dos desejos que tẽ de me ver noso sor sabe os que eu tenho de me V
[9]
fora de tãtas afromtas e de bocas de gemtes e de xpão
[10]
novos e rapazes que se meu pãy fora outro tudo coãto tẽ
[11]
ouvera de dar pr menos a metade do que vale e desẽpenharme
[12]
poys o que lhe peço no jugey nẽ comi nẽ dey a putas mãdey lhe
[13]
mto boãs mercadras e foy dro que pagey d ẽtereses por me proV
[14]
aos tẽpos devydos e sayr c mynha homra como me escrevia mtas
[15]
vezes custe o q custar e cũprase mynha homra e agora escreveume
[16]
vos metaes ẽtereses sabẽdo que me deve mũdo de dros
[17]
e q estou ẽpenhado plas orelhas e q ey de pagar ou fugir
[18]
vede se esta aqy meu avo o torto que me ẽpreste os dros sẽ ẽterese
[19]
boãs ctas do mercador as que meu pãy tẽ feytas e faz ds lhe
[20]
de boã velhice sẽpre ãdou redomdo suas cousas e ctas
[21]
coall foy a goaya e o dya que eu dyse que querya vir pa esta
[22]
tera.

[23]

cuyda vm que me screveo nũqa meu pãy q la as lonas do mte ãto

[24]
como se nũqua fora çerto q he pr demays e bẽ mo dyse vm sẽpre
[25]
e eu nũqua o cry senão agora que me vejo pdydo e me poso
[26]
valeer.

[27]

Po vyda de vm que fadygas ate gora nũqua pude mãdar a Rta

[28]
de ãrique dyaz se se agastar segurelhe vm que sẽ fallta
[29]
sia q po noso sor poso mays.

[30]

Da partyda das nãos da Imdya follgarya que me screvese poque

[31]
me dyserã qua que meu tyo mestre dio e molher e fso estvão
[32]
ja ẽbarcados e que levava grãdes partydos noso sor os leve
[33]
a sallvamẽto asy se mãdou meu pãy algũa fzda a Imdia de tudo
[34]
bẽ creo que me aja ja vm escryto llargo esa peça de brocado
[35]
me pos n allma estar asy tãto tẽpo que ja a ano que a
[36]
tenho paga muyto bõo dro.

[37]

Vejo como todalas cousas do geral a travez e cada vez pior goarde ds

[38]
nosas cousas de fallsos testos aqui me dyserã que mãdara elrei
[39]
noso sor penhorara a meu pãy e no ãriquez 600 cruz cada dyzẽdo
[40]
que tyravã dro pa as bulas de roma como ja atras dygo praza a ds
[41]
q seja mays do que avemos mester.

[42]

coãto a dom migell aqy vierã prmo todalas novas e de como esta fto

[43]
cardeall roma ja creo que nũqua ya pa Ptugall tudo
[44]
tall fose/

[45]


Text viewWordcloudFacsimile viewPageflow viewSentence view