A autora denuncia uma forneira por suspeita de feitiçaria. Conta em detalhe tudo quanto lhe ouviu dizer e viu fazer quando, transtornada pela morte da filha recém-nascida, quis descobrir como isso tinha acontecido.
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em o mes de setenbor ou outubor de seissentos
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[2] | noventa e seis
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[3] | me susedeu por causa d uma doensa q tive
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[4] | ter hũa pouca de roupa suija e pela querer
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[5] | guardar andava pirsiguindo a lavandeira q
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[6] | ma lavase antes q emtarse o inuerno e
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[7] | ela me disia que não achava sĩnsa q pidise
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[8] | eu a minha forneira q ma vendese e q logo
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[9] | ma lavaria eu vendo isto por não ter cir
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[10] | ada q mandase e ser uso no meu bairo
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[11] | hirem as visinhas em casa hũas das outars
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[12] | com libardade fui eu hũ dia as tirndades
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[13] | com hũ pausinho na mão a casa da forne
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[14] | ira a casa diserãome q estava na eira q esta a
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[15] | tars da parede das casas fui la ter com ela
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[16] | acheia asentada a par d um monte de ispi
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[17] | gas de milho com hũa minina q tinha de
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[18] | poucos meses mitida na saia eu asentei
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[19] | me a par dela q fasia mto luar ali istive
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[20] | mos falando hũ pouco e eu disendo q quiria
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[21] | me vendese hũa pouca de sinsa pa man
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[22] | dar lavar hũa pouca de roupa e hũns
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[23] | colxois antes q chovese ela dise q não ma
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[24] | pudia dar aqueles dias porq lha tinham
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[25] | pidido mtas pesoas rogueilhe mto q vise se ma
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[26] | pudia dar ate sesta fra mas o dia
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[27] | em q falei não me lenbar e hũ dia dis
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[28] | pois q falei com ela ouvi diser q lhe more
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[29] | ra aquela ciransa q lha matarão as bu
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[30] | burxas tambem me não lembar
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