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Maarten Janssen, 2014-

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1832. Carta não autógrafa de Luzia Bela do Carmo para Joaquim Alexandre Gravelho, preso.

Autor(es)

Luzia Bela do Carmo      

Destinatario(s)

Joaquim Alexandre Gravelho                        

Resumen

Uma mulher conta ao destinatário, preso em Elvas e seu antigo amante, como padeceu ao longo de uma viagem.
Sentence s-4 estou mto molestada dos pes
Sentence s-5 en parte nenhuma nos quizrão enbargar calvagada
Sentence s-6 o motivo porq não trazeamos guia da sidade
Sentence s-7 em montemor enbargarão foi porq o escrivão teve mta de mim e q en todas as terras todos dizião q mal empregada q na flor da minha edade de me ver de cadeas en cadeas
Sentence s-8 pois eu a consolação q tenho asim q entro pa as cadeas não faço senão xorar da minha sorte ser tão enfelis e tudo por morte de ti
Sentence s-9 queira Ds q esta prizão me sirva de emenda
Sentence s-10 mandote participar q qdo xegue a montemor não trazia dinheiro
Sentence s-11 qm se lenbra pa uma jornada de des dias darmes 8 tostois d não xegar a tostão por dia
Sentence s-12 q foi tanta a minha enfelicidade q queria alugar uma cavalgadura por não poder caminhar mas tudo se remediou com alguns encamodos
Sentence s-13 mas a maeor paxao q me aseste é estar olhando as mãos de otrem e querer comer e não o ter
Sentence s-14 i eu vise qdo xegaci o pe de ti o dinheiro q me destes não o trazia
Sentence s-15 com qm tens gasto mto gastasses o pouco q me destes
Sentence s-16 ja me peza não trazer a minha capa pa onde xagei q me faltou o denheiro
Sentence s-17 vendela apezar q me fas alguma falta mas ja agora pasiensia
Sentence s-18 farei o gosto a algumas pessoas q o seu dezejo é verem xeia de trapos
Sentence s-19 mas enqto puder não ei de fazer o gosto a nenhuma pessoa
Sentence s-20 e q eu morro o pe de uma pareide se a minha prizão for demorada
Sentence s-21 mas i deos quizer não á de ser porq todos me dão boa consolacão de q a minha soltura ser breve
Sentence s-22 asim Ds quira q asim q xegar a Lisboa xamem a vezita q hinda tenho tensão de ir a essa sidade
Sentence s-23 o q te peso q eu a não faças motivos o por donde de não me emxeres os ouvidos conforme os enxião qdo estava nessa sidade
Sentence s-24 q qdo xegar primro q fale contigo ei de falar com outras pessoas pa me dizerem o teu comportamto pois na bespra q marxei bem recomendavão
Sentence s-25 e q as mesmas pessoas de outras vezes me dizião tudo e agora se me desirem o mesmo podes contar q nem a sombra tua quero ver
Sentence s-26 e se te comportares con alguns sentimtos por mim onde tu moreres ei de eu acabar pois asim o deves fazer de mostrares algum sentimto por mim porq os trabalhos q estou pasando deos e eu é q sabe e inda o q terei a pasar ate q Ds seja servido de me por na minha liberdade
Sentence s-27 e o q te peso q te lenbres de mim com algum denheiro qdo o tiveres pois eu de ti o das minhas manas não me nem caza nen estante pois é o q mais tenho na lenbransa
Sentence s-28 o q te peso asim q corosponderes a cousa me mandes logo dizer
Sentence s-29 não me escrevas sem outro me mandar outra carta po te mandares dizer en q prizão fico
Sentence s-30 mais sinto é não poder ficar numa sala
Sentence s-31 tudo por não ter dinheiro pa a pagar
Sentence s-32 asim irei pa as enxovias pa xorar mais a minha desgraça mais do q tenho xorado
Sentence s-33 se falares com algũa pessoa da ma terra não lhe digas as minhas enfiliçidades pa não ir os ovidos da ma familia por não lhe dar mais desgosto do q tennho tido
Sentence s-37 joaqm o q te peso q fasas algumas pessoas mentirozas q me dezião q i marxando dessa sidade q avias de fazer pior do q tens feito
Sentence s-38 asim so o q te peso é q te lenbres do q te mando dizer
Sentence s-40 pa mim nada a i de consolação depois q marxei dessa sidade
Sentence s-41 inda os meos olhos se não enxugarão de me ver tão desgraçada e lonje da ma familia q me parese q ja não a ei de ver com o mesmo gosto q a via

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