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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1766. Carta de Lourenço Guedes de Sousa Pinto Mourão para o seu tio António Borges de Fonseca e Sousa.

Autor(es)

Lourenço Guedes de Sousa Pinto Mourão      

Destinatário(s)

António Borges de Fonseca e Sousa                        

Resumo

Lourenço Mourão escreve ao seu tio a denunciar umas curas que Catarina Margarida andou a fazer em sua mulher e criados.

Texto: -


[1]
Rmo Snr Anto Borges de Fa e Souza
[2]
Meu Tyo, amo e Snr do meu coração Dzo a vmce az mayores felliçides, e fico affectuozamte a sseu dispor, Com grande reComendação açeitte vmce a ma saude, e hua vezitta de sua sobra
[3]
Vou darlhe pte do mesmo Cazo q meu Ro o P Caeto de Souza lhe ha tãobem de dar.
[4]
Sucçedeo padeçer ma mer malles, e a ma caza;
[5]
e desconfiando foçe Mellefiçio Uvimos noptca de q avia hũa mer no Lugar das Carvas fra de Murça o pe de MasCanho q aplicava remedios pa o ttal mal, e que mta gente a buscava, a coal mer dizẽ ela he do Alentejo tem barba na Cara, ja esteve preza no Sto offiçio por mezinhar, e veyo com degredo pa o Bispado de Miranda que diz o tem aCabado,
[6]
e esteve nas Paredes o pe da Sra de Saude e preza ja em va real, e q queria deixar de Curar.
[7]
veyo de Eyriz a esta Caza, e estava de pe com as maos erguidas rezando mto e dezia se era, ou não Malefiçio, e a qto tempo se fizera, maz não dezia qm e q a responçava
[8]
dezia boas pallavras, e oraçois, e diz hua com os pez juntos, á Sra da graça, e se o q se qr saber , assim q se vira pa o lado direito, senão ao esquerdo o q qr saber.
[9]
e poem a cruz do Rozo e dis oraçois na gente q pareçe boas.
[10]
deita agoa benta renunçia o pacto, e dis aBrenuçio e q tivera com hum Tyo serurgião q a ensinara a fazer enplastos, e remedios,
[11]
faz fumos a gente e as cazas, e loges com inçenço, imxofre, alecrim e loureiro salva ruda, artemige, açintro, sal, e sera e q se ponha de cada lado das portas principais das cazas sua silva macha.
[12]
e vai hua noute de sabado das des pa as onze horas ao Campo tocar hua canpainha e leva as tranças das pernas, e a fita dos calçois dos homens, e das mers o cordão, e attilhos das saias, e prende isto o vadallo da Campainha qdo a toca, e dahi corta tudo com hua tizoura mto miudo, e o enterra ali em hua buraca,
[13]
e dis então q as Bruxas as amofina nisso e hão de hir pa o inferno q nisso desfazia os feittiços.
[14]
e na noute de mesmo sabado vai á segunda pouza do gallo a duas ou tres inCruzilhadas, com as pessoas q tem mal,
[15]
cemeada hua dizem huas oraçoes, e leva pa cada pessoa arco de hua silva macha com os picos cortados, e meteo pella cabeça, ate o chao, e dahi se tira a inpia delle saltando pa deante, e fazem tres couzas com elle na terra, e vaiçe pello meyo dellas pa deante.
[16]
e diçe boas pallavras e q fiquem naquellas emCruzilhadas bruxas, e feiticeiras etc e q sem olhar pa tras se vai a gente por outro caminho.
[17]
e diçe q se arnega o Demonio, e Renunçia o Pacto, e aBrenuçio arnego o demonio Jezus cristo.
[18]
e atiraçe na ultima o Arco da silva pa tras das costas, e q assim ficavão desfeittos os feitiços
[19]
e dezia tinha medo de ir o sto offiçio outra ves
[20]
não queria que a denunçiaçe e diçe lhe chamavão caterina Margarida nal do Alentejo.
[21]
e lançava enplastos pa a espinhela da botica mandava vir os remédios, e pa tudo dezia era intendida,
[22]
e todas as Pessoas se achavão logo milhor e ma mer se achou logo bem e sua cra chamada Luiza nal de Campo,
[23]
mas Cro Clemente não se achou bom.
[24]
eu sempre não estava bem inteirádo de q tinha obrigação de dar pte, maz desconfiava da mer inda que pareçia boa mezinheira,
[25]
e com o caco dos fumos fazia cruzes, e dezia oraçois, e os fezia deitar as Pessoas qdo se defumavão e pareçião
[26]
sempre soube de certo tinha obrigação de dar pte em 30 dias
[27]
assim a dou a vmce de ma pte, e de ma mer e dos dos criados q assim lho diçe a elles.
[28]
a ella vai mta gente, e não a deixão parar.
[29]
veyo pa esta caza da de Felipe Jozé de Eyriz, e dizem se achão bem com ella.
[30]
tãobem esteve algum tempo em Rendufe fregza de Sta ma de Emeres tro de chaves.
[31]
e como a vmce conheço lhe dou esta pte pa vmce cumprir com a sua obrigação.
[32]
e aqui me tem vindo mtas pessoas a saber da tal mer pa hir.
[33]
ella mto velha, acabada vai, e mostra hũa crus q tem no çeo da boca, obra da natureza.
[34]
He qto se me offereçe dizer a vmce e não ei de cahir em outra; maz eu cuidava, e estava em duvida, porq sempre desconfiáva algũa couza della q não seria boa.
[35]
maz ouvialhe boas couzas pareçiame seria sabedoria. etc
[36]
Vamos cudando na função da Semana Sta, vmce faça o mesmo; e deme as suas estimaveis ordens a q estou por effecto, e obrigação.
[37]
De me ge a vmce Como dzo
[38]
Va pouca de Agar 2 de Fro d 1766 De vmce Sobro amantissimo, e Sro obgmo Lourco Guedes de Souza Pto Mourão

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